Empregar pessoas com Síndrome de Down melhora a saúde das empresas, diz Pesquisa
Alexsandro Scuera trabalha há 2 anos no SuperPão Hiper. Ele tem síndrome de down o que não lhe impede de trabalhar, socializar e ser referência para outros jovens. “No Dia Internacional da Síndrome de Down torna-se relevante abrir a mentalidade das pessoas que ainda, por alguma razão, são vítimas do preconceito”, afirma a operadora de caixa Eva Rodrigues, deficiente auditiva que trabalha com Alexsandro.
“A maior qualidade deste nosso funcionário é seu sorriso, sua afetividade que melhora até o nosso ambiente de trabalho e também as vendas”, diz o gerente do Hiper Anderson José Martins, funcionário da Rede SuperPão há 11 anos.
A inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho ainda é marginalizada no País, mas vem crescendo devido à necessidade das empresas de cumprir as cotas exigidas por lei, de 2% a 5% do quadro funcional, para empresas com mais de 100 funcionários.
Com a dificuldade de encontrar deficientes físicos ou sensoriais (visual ou auditivos) qualificados – os primeiros grupos a serem incluídos a partir da entrada da lei -, algumas empresas deram início a programação de inclusão de deficientes intelectuais e encontraram, no processo, grandes benefícios. “Sou feliz por trabalhar aqui. As pessoas me respeitam e eu faço meu trabalho direitinho e aprendo muito”, conta Alexsandro.
O valor que as pessoas com down podem trazer às empresas foi comprovado por uma pesquisa inédita encomendada pelo Instituto Alana e realizada pela Consultoria Mckinsey. Utilizando uma metodologia própria para medir a saúde das organizações, a McKinsey constatou que a inclusão de pessoas com Síndrome de Down costuma gerar impacto positivo em 5 de 9 dimensões: Liderança, satisfação do cliente, cultura e clima, motivação da equipe e coordenação e controle.
Foram feitas entrevistas com 2 mil funcionários que trabalham com pessoas com down, além de conversas mais aprofundadas com empresas no Brasil, na Espanha, no E.U.A e no Canadá.
Na pesquisa quantitativa, 83% dos entrevistados disseram acreditar quer a presença de uma pessoa com Down fez com que o líder direto se tornasse mais apto a resolver e administrar conflitos.
“O down possui características que aumentam o desafio à sua indução, mas também trazer benefiícios adicionais diz Marcus Frank, sócio da McKinsey e um dos responsáveis pelo estudo.
Enquanto para as pessoas com deficiências físicas as principais barreiras estão relacionadas à infraestrutura, para as com deficiências intelectuais as barreiras são de atitude com a necessidade de adaptação de treinamento e também de preparo da equipe.
Entre as empresas que mais empregam deficientes intelectuais no Brasil estão Raia Drogasil, Mc Donal’s, Carrefour e Pão de Açúcar.
Estudos da McKinsey mostram que empresas com nível alto de saúde possuem, em média, maior probabilidade de apresentar margem de lucro acima da média.
“Em Guarapuava, espera-se que outras empresas se espelhem na iniciativa do SuperPão. Todos só temos a ganhar”, diz Maria Lizete Schvarz, uma das mães coordenadoras do movimento para a criação da Associação de Pais com filhos com Síndrome de Down no município.
Fonte: RedeSul de Notícias