“Eu consegui um emprego e hoje ganho R$ 2,4 mil’, diz cadeirante
Por Renata Drews
Técnico em eletrotécnica da Coelba, Hebert concorreu a vaga com pessoas sem deficiência e foi selecionado
Hebert dos Santos, 30 anos, técnico em eletrotécnica. Confira depoimento*:
“O que consegui conquistar foi fruto do meu esforço. As dificuldades que enfrentei e enfrento até hoje com a precária infraestrutura da cidade e do transporte público não foram obstáculos em minha vida. Sofro de osteogênese imperfeita, uma doença congênita conhecida como “ossos de vidro” que, pela falta de produção de cálcio e colágeno, deixa os ossos frágeis.
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Na infância, tive diversas fraturas nos membros inferiores e, aos poucos, passei da muleta para a cadeira de rodas, que uso há dez anos. Mas sempre tive o suporte da minha família, que passou por muitas dificuldades para que eu pudesse estudar e realizar meus desejos.
Meu pai me levava e me carregava todos os dias para a escola. Foi graças a ele que hoje tenho duas formações. E já estou rumo à terceira: engenharia industrial elétrica. Foi em 2014 que consegui o meu primeiro estágio.
Concorri com outros candidatos sem deficiência para uma vaga na Coelba, e fui o escolhido. Com oito meses lá, fiz uma seleção interna para técnico da unidade de encerramento de obras e passei. Hoje ganho R$ 2,4 mil. Mas sei que não é a situação de muitos. Conheço outros PCDs que não têm o mesmo suporte que tive, e que não conseguem se capacitar e conseguir um emprego por conta das dificuldades de deslocamento”.
Fonte: Correio 24horas