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Fernando Fernandes: "Tenho na minha cabeça que vou andar um dia"

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Fernando Fernandes (Foto: Paulo Vitale/Revista QUEM)
Fernando Fernandes (Foto: Paulo Vitale/Revista QUEM)

Por Patricia Moraes

Em entrevista a REVISTA QUEM, para-atleta fala sobre vontade de ser pai: “Estar na cadeira de rodas não me faz menos homem”

O para-atleta Fernando Fernandes, que sofreu uma lesão medular após um acidente de carro, em 2009, recebeu a repórter Patrícia Moraes na Raia Olímpica da Universidade de São Paulo, onde treina paracanoagem, para responder às perguntas enviadas pelos leitores ao site de QUEM.

Aos 31 anos, além de colecionar títulos mundiais na modalidade, o ex-BBB e ex-modelo estreia como apresentador do “Desafio Sem Limite”, novo quadro do programa Esporte Espetacular, da TV Globo. “Vou andar um dia, não sei quando. Então, tracei um plano B, que é o esporte”, disse, que também falou sobre superação, namoro e planos para o futuro.

O para-atleta Fernando Fernandes, que sofreu uma lesão medular após um acidente de carro, em 2009, recebeu a repórter Patrícia Moraes na Raia Olímpica da Universidade de São Paulo, onde treina paracanoagem, para responder às perguntas enviadas pelos leitores ao site de QUEM.

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Aos 31 anos, além de colecionar títulos mundiais na modalidade, o ex-BBB e ex-modelo estreia como apresentador do “Desafio Sem Limite”, novo quadro do programa Esporte Espetacular, da TV Globo. “Vou andar um dia, não sei quando. Então, tracei um plano B, que é o esporte”, disse, que também falou sobre superação, namoro e planos para o futuro.

1- Como foi o convite para comandar um quadro na TV? Fernando Vicente, Campinas (SP)

Fizeram o convite depois de ver o material, que gravei com minha câmera, das minhas aventuras: além da canoagem, criei uma moto adaptada para participar de motocross, saltei de paraquedas… Achava bonita a palavra superação, mas foi muita superação para mim: além de fazer as provas com muita intensidade, tinha que superar a deficiência. Ficou um material lindo, verdadeiro, intenso.

2- O acidente o transformou? Marcos da Rocha, Santos Dumont (MG)

Sempre fui positivo, agradecido ao sol, ao dia, à natureza, mas era muito focado em minha vida, querendo ser bem-sucedido em minha carreira, que era a moda. O acidente me ajudou a olhar as outras pessoas, perceber que tenho um poder: de quebrar barreiras e gerar informação
para as pessoas.

3- Sentiu medo ao saber que ficaria paraplégico? Iris Marques, Sumaré (SP)

Sinto medo diariamente: de sair de casa, ir à padaria e não saber se vou enfrentar alguma dificuldade. A lesão medular ainda é uma incógnita para a medicina: não dá para saber se vou continuar paraplégico. Tenho na minha cabeça que vou andar um dia, não sei quando. Então, tracei um plano B, que é o esporte.

4- Como superou o trauma? Rebeka da Cruz, Natal (RN)

Não foi um psicólogo que me mostrou o que fazer. Busquei conversar comigo mesmo: o que me dá prazer?
A resposta foi o esporte. Minha religião é o esporte. O caiaque me devolveu a sensação que não tinha numa cadeira de rodas: a liberdade. Na cadeira de rodas, nunca sei aonde posso ir, se vai ter escada… Dentro
da água, sou livre.

Fernando Fernandes (Foto: Paulo Vitale/Revista QUEM)
Fernando Fernandes (Foto: Paulo Vitale/Revista QUEM)

5- Consegue viver do esporte? Michelle Mayumi, Santos (SP)

É difícil, tem que ser um cara inteligente, fazer um marketing pessoal. Tenho meu site (fernandofernandeslife.com) porque conheço atletas que estão entre os dez melhores do mundo e ninguém sabe quem são, infelizmente.

6- Você dirige? Junia Fonseca, Riberão Preto (SP)

Meu carro tem uma alavanca no lugar do freio e do acelerador. O que me deixa um pouco atrapalhado é que sou destro e tenho que dirigir como canhoto. Mas já peguei a manha. Me acho um bom motorista, o processo é o único problema. Mas tudo na minha vida tem sido assim, reaprender, senão não saio de casa.

7- Como é namorar? Hermelinda Massariol, Bauru (SP)

Namoro há dois anos (a empresária Carol Medeiros) e não vejo problema nenhum. Estar na cadeira de rodas e ter uma deficiência não me faz menos homem. A única diferença é que estou sentado e ela, em pé (risos).

8- Tem vontade de se casar e formar uma família? Cinthia Braga, Rondonópolis (MT)

Quero muito ser pai e acho que vai ser ótimo passar para alguém tudo que aprendi na vida.

9- Como foi participar do Big Brother Brasil 2? Ana Rosa Cervellini, Rio de Janeiro (RJ)

Foi ótimo, curti, fiz amigos como o Moisés, o Thyrso, a Manu. A exposição me ajudou a fazer trabalhos no Brasil inteiro, mas o formato mudou, existe uma superexposição e, hoje em dia, eu não faria de novo.

10- Sente saudade da época de modelo? Diana Frison, Chicago (EUA)

Aconteceu simplesmente uma inversão: trabalhava como modelo e praticava esporte. Sei que não faço mais parte do padrão de estética imposto pela sociedade. Não querem um cara sentado, querem em pé. Mas sei que posso servir de modelo para muitas marcas, pelas minhas atitudes e pelo meu esporte.

11- Como surgiu a oportunidade do esporte? Marília Montagnoli, São Paulo (SP)

Quando estava internado no (hospital) Sarah Kubstechek. Eles usam o esporte de forma lúdica, para entreter enquanto reabilita. Lá, passei pelo basquete adaptado, tênis de mesa… Mas, quando sentei no caiaque, ele me deu aquilo que eu estava procurando, era a resposta pra minha vida. Não digo que escolhi, digo que Deus me colocou na canoagem para poder realizar tudo que estou realizando hoje. A canoagem passou a ser minha vida, minha paixão. O que para as pessoas é dificuldade, como acordar cedo pra ir trabalhar, pra mim é um prazer.

12- Você é um homem vaidoso? Ricardo Gouvêa, Campinas (SP)

Sou vaidoso, gosto de me cuidar, de malhar. Recebi um email pergutando que tinta uso no cabelo. Eu ri e disse: “é o sol”. Se falar que passo creme, xampu, faço as unhas, estarei mentindo. Uso sabonte, e só! As pessoas questionam até que ponto posso ser vaidoso por estar numa cadeira de rodas. Acho que todos, independente de ter uma deficiência, devem se cuidar. Me sinto bonito, comprei uma cadeira de rodas linda e sou muito feliz da forma que estou e que sou.

Fonte: Revista QUEM

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

Um comentário sobre “Fernando Fernandes: "Tenho na minha cabeça que vou andar um dia"

  • EU TAMBÉM TENHO LIMITAÇÕES AGORA MEU QUERIDO DE UM ACIDENTE QUE SOFRI TAMBEM; MAS JÁ COLOQUEI NA CABEÇA QUE NADA É POR ACASO E TUDO TEM UM PROPÓSITO. E NÃO VAI SER ESSA LIMITAÇÃO QUE VAMOS DEIXAR DE SER FELIZES. PORQUE AQUI TUDO É PASSAGEIRO E NINGUÉM É PERFEITO MESMO. OLHA AI MEU MSN:nildyalencar01@hotmail.com

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