Humorista do The Noite responderá na justiça por zombar de autistas
Há cerca de uma semana, a modelo e ex-Panicat Aline Mineiro publicou um vídeo nos Stories de seu Instagram mostrando seu namorado, o humorista Leo Lins, do programa The Noite com Danilo Gentili, do SBT, sentado num sofá e o chamou de “autista”.
“Olha o Leozinho. Como em todas as festas, ele senta, não fala nada. É um pouco autista. Ele sempre é assim”, diz a modelo, que tem 2,3 milhões de seguidores na rede social de imagens.
O humorista retrucou dizendo que é “cancelado”, brincando com a cena descrita por Aline Mineiro.
Porém, o Stories feito pela ex-Panicat chegou até as associações de mães de crianças com autismo, que pediram uma retratação ou pedido de desculpas pelo uso da palavra “autista” como adjetivo.
O problema é que Leo Lins não aceitou as críticas e até ofendeu alguns usuários que enviaram mensagens privadas para sua conta no Instagram.
Caso vai para a polícia
Como mostra uma reportagem feita pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta (23/9), uma mãe de autista registrou um boletim de ocorrência contra o humorista na Delegacia de Pessoa com Deficiência de São Paulo (SP).
Vale lembrar que a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15) prevê que aquele que “pratica, induz ou incita discriminação de pessoas por serem deficientes é punido com reclusão de um a três anos e multa”. A pena aumenta para dois a cinco anos de reclusão caso a infração seja cometida em meios de comunicação social ou publicações de qualquer tipo.
O Estado de S. Paulo ouviu a delegada responsável pelo caso. “Vamos chamar as testemunhas e também o senhor Leo Lins para prestar esclarecimentos […] Existe lei e as pessoas com deficiência têm de ser respeitadas”, diz delegada Maria Valéria de Paula Santos.
Ainda de acordo com o jornal, a Rede Unificada Nacional e Internacional pelos Direitos dos Autistas (Rerunia) também pretende acionar a justiça contra o comediante devido a conteúdos que ele publicou nas redes sociais zombando de pessoas com autismo.
A advogada Diana Serpe, integrante da Reunida e especialista em questões de autismo, afirma ao periódico paulista que a conduta de Lins também infringe a Lei nº 12.764/12, que estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Fonte: https://trendsbr.uai.com.br/