Inacessibilidade nas ruas do Rio de Janeiro (Deborah Prates)
Caro leitor,
A crônica abaixo é da candidata a vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Deborah Prates.
Trocando experiência na rua
O mundo gira e DEBORAH PRATES – 45.200 – roda! Rodando para lá e para cá é que venho fazendo a minha campanha para vereança pelas inacessíveis ruas da RJ.
Independente do resultado nas urnas posso afirmar, sem medo de errar, que a troca de experiência, em muito, está enriquecendo a luta das pessoas com deficiência. A cada dia corroboro a minha afirmação de que é a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL o carro-chefe das acessibilidades. De fato nada conhece a coletividade sobre o convívio com as pessoas com deficiência. Então é que vale a pena repetir que INCLUIR É PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SOCIEDADE IGUAL PARA TODOS.
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Presentemente venho dividir com os amigos leitores duas passagens para serem avaliadas e refletidas pelos humanos sensíveis. Preparem-se! Vou mandar.
Primeira. Entrego um panfleto e a voz masculina responde.
– Ué, não sabia que gente ASSIM podia se candidatar!
– O que o senhor quer dizer com “GENTE ASSIM”?
Ah! Gente anormal!
Segunda. Novo “santinho” com nova resposta em voz masculina.
– Se nem os que enxergam fazem alguma coisa, quem dirá um cego! Não votaria nunca num cego!
Chocante o conteúdo das respostas que obtive. No entretanto, muito bacana a oportunidade para dialogar/interatuar com a sociedade. Óbvio que em ambas as situações eu consegui, às duras penas, clarear os cérebros desoxigenados. Nítido restou o quanto os Srs. Gestores, nas três esferas, pecam em não cumprir o ordenamento legal quanto a realização das imprescindíveis CAMPANHAS informativas. Vale dizer a implementação da ACESSIBILIDADE ATITUDINAL. Esse desleixo é a prova cabal da IGNORÂNCIA dos administradores nesse quesito. Como sempre digo: SE O COMANDANTE NÃO SABE QUE ERRA, COMO CORRIGIR A ROTA DO NAVIO? Mesmo, mesmo, precisamos EXIGIR que qualquer cidadão que ganhe qualquer processo seletivo passe por um curso de CAPACITAÇÃO.
Amigos, perceberam como o pior cego é o que NÃO QUER VER?
Serão todas as pessoas com deficiência incompetentes, ou será a sociedade quem lhes nega a OPORTUNIDADE para, de fato, estarem incluídas?
Dessa feita penso serem os dois minúsculos diálogos travados com os eleitores nas ruas da RJ tão contundentes que dispensam maiores delongas. Destarte, convido-os a uma reflexão e conclusão sobre as situações em questão. Por mais doídos que se apresentem os fatos, repito que essa minha exposição objetivando encontrar a direção da JUSTIÇA/IGUALDADE está sendo produtiva. A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, único diploma legal internacional com status de EMENDA CONSTITUCIONAL, soterrou, de vez, o espírito assistencialista de outrora. Também por esse ordenamento é que tanto luto pelo magnetismo das ACESSIBILIDADES. Levar à prática, por meio de providências concretas, os modais da acessibilidade é, sem dúvida, o caminho que levará a magia da OPORTUNIDADE. Daí dependerá de cada qual conquistar o seu DIREITO de igualdade. No ponto de partida da vida das pessoas com deficiência é que têm os Srs. Gestores o DEVER/OBRIGAÇÃO de executar a acessibilidade em todos os seus nuances.
Você crê no potencial da mulher cega DEBORAH PRATES – 45.200?
Carinhosamente.