Inclusão ou exclusão?
Caro leitor,
Foi publicado no blog, uma matéria sobre o projeto de lei 265/2010, do deputado estadual, Baleia Rossi, que diz respeito a gratuidade do transporte adaptado aos alunos com deficiência, em São Paulo. De acordo com o deputado, ainda não existe uma lei para este tipo de serviço. Veja bem, caro leitor, esse projeto poderá ou não ser aprovado. Isso dependerá da votação da câmara dos deputados.
Além da inexistência de uma lei que assegure o direito do transporte adaptado, alunos com deficiência, enfrentam ainda, a ausência de rampas, de banheiros adaptados, de programas informatizados, de mobiliário adaptado, de professores especializados, etc.
Muitas mães de alunos com deficiência não trabalham, porque precisam cuidar do filho com deficiência em casa, já que não existe um transporte adaptado gratuito. Algumas mães até tentam pagar um transporte particular, mas logo desistem, pois o que ganham mal dá para pagar as despesas da casa. Agora eu pergunto: que espécie de inclusão é essa? Como podemos falar em inclusão escolar, se o aluno não tem nem mesmo o direito de chegar até a escola pública.
Em Portugal, segundo informações do nosso querido amigo Eduardo, do Blog Tetraplégicos, toda criança com deficiência em idade escolar, tem direito ao transporte adaptado gratuito. E caso a criança não tenha condições físicas de freqüentar uma escola, há programas específicos para isso. Por que no Brasil não pode ser assim? Por que há tantos obstáculos e dificuldades para as crianças com deficiência? Por acaso elas não são merecedoras de uma educação digna e de qualidade? De que adianta termos vários programas, projetos, propostas, leis e decretos, que infelizmente, na maioria das vezes, fica só no papel.
A pedagoga Maria Regina C. Maciel, em seu artigo “Portadores de deficiência: a questão da inclusão social”, com muito discernimento, disse que: “Nos estados e municípios, não existe uma política efetiva de inclusão que viabilize planos integrados de urbanização, de acessibilidade, de saúde, educação, esporte, cultura, com metas e ações convergindo para a obtenção de um mesmo objetivo: resguardar o direito dos portadores de deficiência.” Compartilho da mesma opinião.
Há uma dificuldade muito grande para sensibilizar e conscientizar a sociedade e governo para esta questão. Enquanto essa sensibilização e conscientização não chega, alunos com deficiência são excluídos um a um, esperando por uma resposta, que muitas vezes não chega. Isso é exclusão e não inclusão. Portanto, a escola não está cumprindo seu papel democrático, porque ela não é aberta a todos.
Vale ressaltar que o princípio fundamental de uma sociedade inclusiva é o de que todas as pessoas com deficiência devem ter suas necessidades especiais atendidas. Enquanto isso não houver, não há democracia.
Vera Garcia
Olá Vera.
Sou professor em Fortaleza e escrevo para professores,
textos falando das alegrias da nossa profissão.
Vim conhecer o seu espaço de idéias e sentimentos.
Encontro palavras repletas
de justificativas, que assim as tornam intensas.
Quem dedica a vida a inspirar e a levar conhecimentos
que tornem o mundo melhor,
encontrou um sentido para a sua vida.
Que os sonhos sempre existam em ti.
Obrigada pela visita e pelas bonitas palavras, prof. Aluisio!
Seu blog é um bálsamo na vida das pessoas que passam por lá.
É de professores como você, que o Brasil precisa. É comprometido, alegre, sonhador, esperançoso…
Percebi através de seus textos, o quanto você quer bem aos seus alunos.
Abraços e que os sonhos sempre existam em você, também!
Trabalho em uma Escola Especial para portadores de múltiplas deficiências da Prefeitura do Rio. Temos ônibus adaptado!
Não sei como é a realidade de todo o município, mas acredito que as escolas especiais têm esta vantagem.
Entretanto, a inclusão está na moda, e não sei se acredito nela, ao menos não na realidade geral escolar…O sistema é falho para todos. Salas com 40 alunos não comportam atenção especial para determinados alunos, aliás, para ninguém… o atendimento individualizado esta cada dia mais distante da escola pública.
Fico feliz em saber que no seu município, no Rio, tem ônibus adaptado, Letícia! No entanto, essa não é a realidade de muitas escolas públicas.
De uma maneira geral, realmente há muitas falhas nas escolas públicas.
Obrigada pelo comentário!
Bjs