Indústria paulista não cumpre cotas para pessoas com deficiência, diz associação
Diretor da Fiesp atribui o fato a dificuldades de ocupar os postos por falta de interesse dos próprios profissionais
O setor industrial paulista preenche menos da metade das vagas legalmente destinadas a pessoas com deficiência. O diretor do Departamento de Ação Regional da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), José Roberto Novaes, atribuiu o fato a dificuldades de ocupar os postos por falta de interesse dos próprios profissionais. Isso ocorreria, segundo ele, porque muitos portadores de deficiência recebem benefícios do Estado e há muitos empecilhos para trabalhar, como os problemas de deslocamento até o preconceito no local de trabalho.
Para atender integralmente a legislação que estabelece cotas para pessoas com deficiência nas empresas, a indústria paulista deveria empregar 80,8 mil pessoas nessas condições. No entanto, segundo a (Fiesp), o setor emprega apenas 35 mil profissionais deficientes. A indústria automobilística é a que tem o maior número de trabalhadores empregados nestas condições. Os ramos moveleiro, de eletricidade e de bebidas estão entre os que possuem maior dificuldade em ocupar esses postos.
As dificuldades devem ser combatidas com uma mudança de mentalidade nas empresas, segundo a avaliação do gerente de Processos de Inclusão da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), Flávio Gonzalez. “Hoje a gente fala de inclusão como uma via de mão dupla. A pessoa tem que fazer um esforço, se qualificar, tem que se preparar. Mas o meio também precisa se modificar“.
Gonzalez explica que as pessoas com deficiências mais leves e melhor capacitadas já foram absorvidas pelo mercado. Por isso, segundo ele, existe a necessidade de um esforço maior por parte dos empregadores para conseguirem preencher as cotas estipuladas na lei. “Temos que encontrar as pessoas que estão disponíveis e ajudar essa pessoa a entrar no contexto da empresa e ser produtiva, a partir de algumas mudanças na empresa”.
Entre os pontos que precisam ser trabalhados nos programas de inclusão das empresas, Gonzalez destaca o oferecimento de capacitação e facilidades de acesso. Além disso, ele aponta a importância da ousadia e criatividade para aproveitar pessoas que não são habilitadas para determinadas funções. “Todo mundo sai procurando as mesmas pessoas. Isso inflaciona o mercado para alguns tipos de deficiência. 70% das pessoas [com deficiência] têm deficiência intelectual, só que apenas 3% das vagas são para pessoas com deficiência intelectual”.
Fonte: http://portalexame.abril.com.br/
Obs.Coloquei algumas frases em negrito para destacar.
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Nossa isso é uma mentira tao grande.É corpo mole mesmo dos empregadores, eles sempre querem mais, claro nao sao obrigados a dar emprego para quem nao tem aptidao, mas exageram.Essa lei na verdade é uma sugestao, nao uma obrigatoriedade como deveria ser.
Ate alguns tem certo medo pq as empresas deles nao sao acessiveis, dai um def pode levar uma acidente de trab.Fora que pedem experiencia aonde nao é necessario, se todo mundo pedir experiencia a gente nao sai do lugar.Entao ha necessidade de criar a qualificação para muitos def e junto um outro diploma de experiencia!!!!
Olá,
Tive um cliente surdo, depois de dois anos habilitado, procurou o órgão responsável para habilitar-se como Instrutor de autoescola, no entanto, foi informado que não poderia, o que o deixou muito triste. Mesmo sabendo que existem muitos candidatos à obtenção da habilitação que gostariam de um atendimento "personalizado" e que não encontraria nenhum preconceito, nosso colega, acabou desistindo de lutar pelo sonhado emprego. É isso, acabamos perdendo a chance de empregar excelentes profissionais por falta de bom senso daqueles que não são tanto!!!
Abraços,
Erico (Diretor)
É isso mesmo, Felipe!!
Não concordo com o diretor da Fiesp. Há sim, muitas PCDs interessadas em trabalhar, no entanto encontram várias dificuldades, uma delas é a qualificação, como disse o Felipe. Além de muitas empresas não oferecerem cursos de qualificação, também não oferecem acessibilidade. Concordo plenamente com o Flávio Gonzalez, gerente de Processos de Inclusão da Avape.
Estamos no século XXI, chega de tanto preconceito!
É muito triste! Tudo por conta do preconceito, Erico!
Em Osasco, muitas empresas estão investindo nas PCDs e o retorno está sendo muito positivo. É como você disse, as empresas acabam perdendo a chance de empregar excelentes profissionais, por falta de bom senso.
Abraços,
Vera