Laminina pode curar lesões medulares
Uma boa notícia pode mudar brevemente os rumos da medicina no que diz respeito ao tratamento e até a cura de pessoas que estejam paralisadas vítimas de algum tipo de lesão na medula óssea. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram uma nova forma de usar a proteína Laminina – presente em tecidos dos músculos e da placenta do corpo humano – capaz de reconstituir os ligamentos elétricos da medula lesionada. “Conseguimos um resultado que na literatura científica é comparado aos melhores do mundo. Já fizemos todos os testes em animais e agora esperamos testar em humanos”, diz a bióloga Karla Menezes, doutoranda em Biologia Celular e única uberlandense a integrar a equipe de cientistas envolvida na descoberta.
De acordo com Karla Menezes, que é ex-aluna da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a aplicação da Laminina é feita 48 horas depois da lesão ou em um prazo de até 10 dias. “Percebemos nos testes que o animal tratado tem uma recuperação muito superior ao que não recebeu a aplicação”, afirmou. A bióloga conta que os testes são feitos em ratos e a observação é feita em oito semanas, o que corresponde a um ano de vida em um humano.
A equipe de pesquisa UFRJ protocolou o estudo patenteado da Laminina junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde, que tem o prazo de nove meses para dar o seu parecer. Somente então, a experiência com humanos poderá ser feita. Caso a resposta seja positiva, os testes serão realizados no Hospital Municipal Miguel Couto em 20 pacientes recém-lesados. “Os pacientes com lesões crônicas teriam menor chance de recuperação, devido à atrofia muscular”, diz a pesquisadora Karla Menezes, fazendo menção ao prazo de até 10 dias depois do acidente para aplicação da proteína Laminina.
A bióloga conta que todo o estudo está orçado em R$ 500 mil e a estimativa é de que em 10 anos seja concluído. Além de encontrada no corpo humano, a proteína Laminina também pode ser produzida em laboratório. “Caso a resposta do Ministério da Saúde seja negativa e os testes não possam prosseguir no Brasil, uma multinacional francesa tem interesse em comprar a patente”, afirma a pesquisadora.
}A vontade de ajudar os outros foi que moveu a pesquisadora uberlandense Karla Menezes a procurar um centro de pesquisas em medula para dar continuidade aos seus estudos em Biologia.
Em 2005 ela sofreu um grave acidente de carro quando ia passar o feriado na Serra da Canastra, a 260 quilômetros de Uberlândia. Com impacto, ela teve fratura de vértebras e por pouco não lesionou a medula. “Eu desmaiei na hora e acordei com as pessoas tentando me mover. Foi quando percebi que não estava sentindo as pernas e falei para ninguém me encostar. Por sorte não fiquei paraplégica. Hoje quero ajudar pessoas que não tiveram a mesma sorte que eu”, afirmou.
LAMININA
Vantagens
Baixo custo
Não há índices de rejeição
Não induz formação de tumor
Tem efeito antiinflamatório e regenerativo
Fácil armazenagem e manipulação
Desvantagem
Ainda não testada em humanos
Fonte: Karla Menezes, pesquisadora
Perfil
Karla Menezes
29 anos
Natural de Uberlândia
Enfermeira (UFU – 2004)
Bióloga (UFU – 2005)
Mestre em Biologia Celular (UFRJ – 2008)
Doutoranda em Biologia Celular (UFRJ – 2012)
LAMININA
Entenda mais sobre o estudo acessando o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=BGm33CTNqO8
Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br
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