Loja de ortopedia é alvo de 3 reclamações no Procon
INJUSTIÇA E IMPUNIDADE
Peço, gentilmente, a todos os amigos que divulgem ou republiquem essa reportagem, a fim de que outras pessoas não sejam enganadas por essa empresa de ortopedia.
Família de mais um cliente diz não ter recebido cadeira de rodas, comprada por R$ 1,8 mil; empresa não se manifesta
No ano passado foram registradas três reclamações contra a loja Scaratti Ortopedia, no Órgão de Defesa do Consumidor (Procon) de Campinas. Conforme revelado pelo Correio, ao menos dois clientes — João Plácido de Lima e Juliana Cristina Pereira — já alegavam não ter recebido suas cadeiras de rodas compradas no estabelecimento. Agora, a família de outro cliente acusa a loja.
Benedito Batista, diabético e que teve parte de uma de suas pernas amputada, comprou em 2008 uma prótese para poder voltar a andar. Mesmo tendo exigido o pagamento em torno de R$ 1,8 mil à vista, Lidia Helena Borges Scaratti, proprietária da empresa, nunca entregou o produto, segundo a família dele, e Benedito faleceu antes de ter sua prótese.
“O sonho de meu marido era voltar a andar, por isso, mesmo com muitas dificuldades financeiras fizemos a compra. O que era para ajudá-lo acabou fazendo com que ele ficasse ainda mais doente”, conta a viúva Jaci da Silva Batista, que acredita que a situação fez com que o estado de saúde de Benedito piorasse muito, levando-o à morte. Em uma das vezes em que o casal esteve na loja tentando resolver o problema, Benedito ficou tão abalado que chegou a passar mal, tendo vomitado no estabelecimento.
Segundo a viúva, depois de postergar o prazo de entrega duas vezes, Lidia Scaratti, foi até a casa da família. “Eu pensei que ela viria entregar a prótese, mas ela pediu mais R$ 250,00”, disse Jaci.
Esgotadas as tentativas de um acordo, atualmente, Jaci tenta na Justiça reaver o dinheiro pago, além de pleitear também uma indenização por danos morais, concedidos em primeira instância. “A Lidia me disse que eu poderia ir até a Justiça, porque aí é que ia demorar mesmo para eu conseguir o dinheiro.”
Segundo o advogado e juiz arbitral Adevanir Turas, que acompanha o caso, o episódio se trata de “uma falta de humanidade”. “A dona da loja tinha conhecimento da situação na qual se encontrava o senhor Benedito e ainda assim, além de não entregar o produto, se recusa a devolver o dinheiro e rejeita a possibilidade de firmar um acordo.”
Outro lado
Desde o primeiro caso mostrado pelo Correio no dia 12, a reportagem, além de ir à loja, entrou em contato diversas vezes com a proprietária do estabelecimento, Lidia Helena Borges Scaratti e também com seu advogado José Bertulino Santos.
Ambos se negam a prestar esclarecimentos alegando que todos os casos estão sendo discutidos na Justiça. Ontem, também não se manifestaram sobre as acusações dos clientes.
Consumidores recebem doação e defesa gratuita
Empresário dá triciclo motorizado a aposentado e advogados ajudam casal
Comovido com a história de João Plácido de Lima, de 66 anos, que tem as pernas deformadas pela artrose e espera por uma cadeira motorizada comprada na Scaratti Ortopedia há quatro anos, tendo que se arrastar para conseguir se locomover dentro de sua própria casa, o empresário José de Oliveira, de Campinas, resolveu ajudá-lo. Oliveira, que teve paralisia infantil e também não anda, resolveu doar um de seus triciclos. “Graças a Deus tenho condições de comprar, então vou doar um dos meus. Ele está precisando mais que eu”, disse o empresário.
Também sensibilizados com os casos do casal Benedito Silva e Jaci da Silva Batista, que também acusam a empresa, os advogados Nilton Vilarinho de Freitas e Adevanir Turas, que tiveram conhecimento do caso pelo Juizado Especial da Faculdade Anhangüera, assumiram o processo abrindo mão de receber seus honorários advocatícios.
“Vamos levar o caso até o fim mesmo sem cobrar nada. O que queremos é ajudar a Dona Jaci, que precisa deste dinheiro”, afirmou Turas.
Acordo
Ao contrário do compromisso que havia assumido no dia 11, quando seu estabelecimento foi visitado por uma equipe do Procon, a dona da loja Lidia Scaratti não apresentou uma proposta de acordo para o caso de João Plácido de Lima, até a última segunda-feira, prazo estabelecido pelo órgão.
De acordo com o diretor do órgão em Campinas, Anderson Gianetti, a empresa deve ter seguido a orientação de seu advogado para resolver a questão com os clientes diretamente na Justiça. “Mesmo assim, vamos analisar a possibilidade de multá-la”, afirmou Gianetti.
Fonte: Correio Popular de Campinas (16/06/2010)
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