Mãe diz ter sido agredida por controlar filho autista
A proibição de castigos físicos em crianças e adolescentes ainda é um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional. Mas, além da polêmica que suscita, também já vem servindo de justificativa para atos de intolerância e para mascarar a falta de conhecimento. A vítima, a mãe de uma criança autista, foi agredida dentro de um ônibus, enquanto tentava conter o surto da criança de 11 anos.
O caso ocorreu na última terça-feira, dia 20, quando a dona de casa Geisa de Oliveira Sapucaia, 37, levava o filho, de 11 anos, para uma consulta odontológica. O problema dentário, que perdura há um ano, tem deixado a criança irritada e menos acessível à imposição de limites.
Geisa, que mora em Simões Filho, estava num coletivo a caminho do Itaigara, quando o menino começou a tentar arrancar a lâmpada do ônibus. “Tive que contê-lo. Nós, mães de autistas, sabemos como fazer isso sem deixar marcas porque somos instruídas no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e na AMA (Associação de Amigos do Autismo da Bahia)”, diz Geisa. Uma passageira, contudo, desconhecia a situação e revoltou-se. “Você é uma mãe vagabunda. Vá procurar ajuda. Dê a criança para o Conselho Tutelar ”, teria dito a mulher, instigando os demais passageiros – duas pessoas que a acompanhavam e o cobrador.
Geisa admite que ficou nervosa e revidou com xingamentos. Foi então que, segundo seu relato, o cobrador e um passageiro a seguraram e a agressora, de nome Valdineia de Jesus Afonso, de acordo com registro policial, e sua prima, passaram a bater em Geisa. Ela conta que a sessão de chutes e tapas durou cerca de 15 minutos. O motorista teria se mantido impassível fazendo o trajeto do ônibus. “Quase fui linchada. Recebi chutes nas costas e cabeça, tamancada no rosto. Consegui forças para sair da situação. Foi quando me soltei e corri para o motorista”, conta Geisa, mostrando hematomas na cabeça e dizendo estar com dor na nuca, fruto das agressões físicas.
O grupo parou na Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Piatã), sendo conduzido por agentes da unidade para a 12ª Delegacia (Itapuã), onde foi registrada a ocorrência e o delegado Jorge Braz expediu a guia para exame médico-legal da mãe e da criança.
Fonte: http://www.atarde.com.br/ (24/07/2010)
Maioria dos brasileiros é contra proibição das palmadas
Enquanto tramita no Congresso o controverso projeto de lei do governo federal que proíbe palmadas, beliscões e qualquer tipo de castigos físicos em crianças, mais uma polêmica é levantada no questionamento até onde vão os direitos dos pais ou se há um excesso de zelo que dificulta a imposição de limites às crianças. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada nesta segunda (26) no jornal Folha de S. Paulo, aponta que a maioria (54%) dos brasileiros desaprova o projeto.
Dos 10.905 entrevistados, apenas 36% apreciam a proposta. O estudo demonstra ainda que boa parte já bateu nos filhos e também apanhou dos pais. Entre as mulheres, 69% admitiram ter castigado fisicamente seus filhos. O número cai para 44% dos homens, que já sofreram mais nas mão dos pais: 74% já apanharam, contra 69% das mulheres. No total, 72% dos brasileiros sofreram algum tipo de castigo físico, dos quais 16% eram costumeiramente violentados.
O texto do projeto de lei define como castigo corporal qualquer “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”, inclusive palmadas e beliscões.
Fonte: http://jc.uol.com.br/ (26/07/2010)
Absurda esta situação que esta mãe vivenciou. A sociedade é tão preconceituosa queas pessoas tomam atitudes levadas por emoções sem entenderem o que de fato existe na situação.
Não serão leis que vão resolver a questão da violência.
bjs