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Mãe garante a filha autista professor especial e busca direito para mais 170

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Andrea Dul, de Poá, conseguiu professor exclusivo para Andressa, de 9 anos. Sua filha e outras quatro crianças já conquistaram o direito.

A advogada Andrea Dul, de Poá, é mãe da Andressa Dul, de 9 anos. Quando a menina tinha 2 anos e 8 meses, foi diagnosticada com autismo. Desde então a mãe sempre buscou informações e cuidados que pudessem ajudar no desenvolvimento da menina.

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Em 2013 foi avisada pela escola particular onde a filha estudava que a menina não poderia mais frequentar as aulas na unidade de ensino por causa de suas necessidades especiais. Andrea usou seus conhecimentos e conquistou na Justiça o direito ao professor exclusivo. Desde então, ela ajuda outras mães. Já conseguiu o mesmo direito para mais quatro famílias e preparou a documentação para outras 170.

“Desde pequeninha ela já ia para a escola porque eu precisava trabalhar. Quando ela completou um ano já falava e andava, de repente ela regrediu. Eu percebi que a fala dela estava mais comprometida”, comenta.

Em busca de um diagnóstico, foram várias consultas com neurologistas e psiquiátricas, até que veio a resposta. A falta de conhecimento sobre o autismo – reconhecido como deficiência apenas em 2013 – fez com que a escola (particular) onde ela estudava avisasse para Andrea que a menina não poderia mais frequentar as aulas, já que a sala contava com 25 crianças e apenas uma professora. “Eu apenas disse que em uma semana voltaria com a liminar da Justiça para que a milha filha continuasse estudando lá e tivesse os cuidados que ela precisa e foi o que eu fiz.”

Apesar de todo o conhecimento técnico-jurídico que possui, Andrea diz que redigiu com uma “grande dose de emoção” o texto que foi apresentado na Justiça. A advogada conquistou o direito para a filha e conta que, desde então, sua filha Andressa não só se desenvolveu na escola, como também passou a ajudar outras mães a conquistarem o mesmo direito para os seus filhos.

Multiplicação

No final de 2015 ela organizou o grupo das Mães de Azuis. Ao todo, são cerca de 200 mães que convivem com os mesmos problemas de atraso no desenvolvimento de seus filhos e buscam ajuda. “Primeiro nós acolhemos as mães que chegam assustadas tentando entender o que se passa com seus filhos. Depois disso, nós explicamos para elas quais direitos elas têm, como o professor exclusivo na sala de aula e outros benefícios previstos para os deficientes.”

Foi assim que Andrea já assegurou para quatro famílias o direito do professor exclusivo na sala de aula. Outros dois casos aguardam a decisão e ela já elaborou o documento para mais 170 famílias.

O filho de Claudete Correia da Silva, por exemplo, já tem 12 anos, mas, apenas no ano passado ela soube do direito da professora auxiliar. Sem nenhum outro tipo de tratamento, o menino que até então não era alfabetizado, hoje consegue acompanhar as atividades da turma. “Ele tinha o diagnóstico de que era hiperativo. Tinha 30 alunos na sala e a professora deixou bem claro que não ia dar atenção só para ele. Nessa época ele perdeu muito no aprendizado, mas desde o ano passado foi muito positiva essa mudança. Agora ele interage e, dentro das limitações dele, está aprendendo.”

Outro benefício previsto em lei, que muitas famílias desconhecem, é o auxilio de um salário mínimo por mês para aqueles que têm a renda inferior a um salário mínimo.

Graças a advogada, a família de Luan conquistou esse direito. Kelen Luisa França tem 41 anos e está desempregada. Seu filho de 5 anos foi diagnosticado com autismo no ano passado. Além de não ter um emprego fixo, ela precisa cuidar da mãe, que está doente, e o pai do menino também está desempregado. “Eu tinha feito o pedido duas vezes e tinha sido indeferido, agora saiu. Com esse dinheiro, eu vou investir diretamente no Luan: vou colocar ele para fazer algum esporte, proporcionar mais bem estar para pagar uma condução quando for preciso levá-lo até uma consulta, por exemplo”, conta.

Toda a assistência dada pela advogada é gratuita, mas, como a demanda tem crescido, ela estuda firmar uma parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que os casos sejam encaminhados para a Defensoria Pública.

O que é Autismo?

A criança autista tem uma série de problemas e atrasos no desenvolvimento. As áreas mais afetadas são comunicação, comportamento e a interação social. O médico psiquiatra Leonardo Maranhão Ayres Ferreira geralmente ocorre por volta dos 4 anos de idade.

“O diagnóstico do autismo pode ser comparado ao desenvolvimento de um bonsai: você vai cuidando e, de repente, você nota que o desenvolvimento está menor. O autismo nasce com a criança, mas ela se desenvolve normalmente até os 12 meses. É importante lembrar que o sistema nervoso central termina de se desenvolver por volta dos 8, 9 anos de idade. Se o diagnóstico for tardio, lá pelos 7 anos, por exemplo, a criança só terá um ou dois anos para se desenvolver e recuperar o atraso. O diagnóstico é difícil porque algumas crianças falam e se desenvolvem mais tarde, mas, o ideal seria que as mães buscassem um especialista até os 4 anos”, explica.

Para o médico a presença de um professor exclusivo na sala de aula facilita no aprendizado da criança. “Ele vai ser uma ponte extremamente necessária para conseguir a ajuda, tanto na parte comportamental quando ela ouvir algum ruído e possa ter uma crise com barulho, quanto em relação a comunicação, quando ela precisa de uma atenção especial.”

O médico explica que os cuidados com uma criança autista na escola não param apenas na presença de um professor exclusivo na sala de aula. Segundo Ayres, é importante que a criança fique sentada mais próxima do professor, longe das janelas e portas, para que os barulhos da área externa não interfiram.

No intervalo, ele também diz que o ideal é que ela permaneça acompanhada, mas, com a observação e a orientação do terapeuta, essa presença pode diminuir para que o aluno vá conseguindo se socializar sozinho.

O psiquiatra diz também que as crianças que apresentam bom desenvolvimento nas terapias podem continuar os estudos e até ingressar no mercado de trabalho. “As crianças com gravidade severa não apresentam uma resposta para a terapia, para o controle do temperamento, elas vão ser totalmente dependentes e precisam de supervisão 24 horas. Vão ser adultos com necessidades especiais. Algumas crianças terão o desenvolvimento parcial, poderão usar medicamentos por algum período e terão o QI abaixo da média. Elas podem estudar e conseguem até desenvolver tarefas simples no mercado de trabalho pela lei de cotas. Outras, que tiveram o grau leve, têm a dificuldade de formar grupos e de socializar na adolescência, mas são bem desenvolvidos na aérea de exatas, como física, química e matemática. Eles fazem a graduação e muitas vezes ficam acima da média”, finaliza.

Fonte: G1

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

3 comentários sobre “Mãe garante a filha autista professor especial e busca direito para mais 170

  • Meu nome é Tatiane , estou cursando o 6º período da pedagogia, e quando estava no 3º período descobri que era realmente o que eu queria pra minha vida, eu me apaixonei pela inclusão, quero dar o melhor de mim para essas crianças, meu sonho é estar sempre com elas, quero me dedicar a inclusão amo muito minha futura profissão.

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  • Prezadas, leio com felicidade o Site, mais precisamente suas importantes informações em relação a portadores de necessidades especiais. Sou pai de um filho com Transtorno do Espectro Autista; DAVI. Ele foi diagnosticado com 2,5 anos, hoje tem 4,5, anos.
    Ele estudava na escola carolina Patrício, unidade São Conrado/RJ. Mas tive que retirá-lo de lá, pois as Diretoras (donas) não permitiam o fluxo de comunicação adequado e previsto em Lei, entre a Escola, as profissionais de saúde (que acompanham o tratamento de Davi). Absurdo!! A escola incorre na barreira atitudinal e de comunicação, tão mencionada na Lei 13.146/15. Em suma, vou buscar os direitos perdidos por Davi, mas alerto aqui quanto à administração da Escola, pois não é só receber o aluno com dificuldades, mas deve haver a INCLUSÂO. Isso não é feito pela Instituição de Ensino Carolina Patrício. Não há projeto pedagógico, não há comunicação com os pais etc. A Escola age há décadas com suas próprias Leis, no vácuo que deixavam as Leis referentes ao assunto, antes da última e abrangente Lei nº 13.146/15. Aqui alerto aos Pais acerca do fato, a fim de cobrarem os Direitos de seus filhos, antes que seja tarde e cause maiores problemas no desenvolvimento dele.

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