Maioria dos casos de lesão medular é causada por acidentes de trânsito em SP
Fernando Saga, de 22 anos, em um dos corredores da AACD em São Paulo
Levantamento foi realizado com pacientes atendidos pela AACD. Cerca de 40% dos traumas ocorrem em meios de transporte.
O acidente que afetou os movimentos da personagem Luciana, interpretada pela atriz Alinne Moraes, movimentou a novela “Viver a Vida” nas últimas semanas. Fora da ficção, acidentes de trânsito são responsáveis por quase 40% dos casos de lesões medulares traumáticas atendidos na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de São Paulo. As vítimas são, na maioria, adultos jovens, principalmente do sexo masculino.
Levantamento da associação mostra que, dos 157 pacientes atendidos na triagem da AACD de janeiro a setembro deste ano, 67,5% apresentavam paraplegia e 32,5%, tetraplegia. Desse total, 77,1% são do sexo masculino. A média de idade é de 31 anos. “Os homens são mais expostos a fatores de risco, aos traumas, como acidente de trânsito e violência”, afirma Marcelo Ares, gerente de reabilitação da AACD.
As lesões medulares são divididas em traumáticas, provocadas por acidentes ou ferimentos à bala, e não traumáticas (causadas por doenças, por exemplo). A primeira representa 72,6% dos casos. Entre as lesões causadas por traumas, os acidentes de trânsito provocam 38,6% dos casos, seguido por ferimentos por arma de fogo (26,3%), quedas (21,1%), acidente de mergulho (7,9%) e outros (6,1%).
Um acidente de trânsito ocorrido em setembro de 2007 deixou sem movimentos nas pernas o jovem Fernando Fujita Saga, de 22 anos. Ele estava na parte traseira de um carro, sem o cinto de segurança, quando o veículo bateu contra um ônibus na Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo. “Fui jogado para fora e bati em um portão na esquina. O carro veio rodando e parou sobre a minha perna direita”, lembra Saga.
No hospital, recebeu a notícia de que o acidente tinha lesionado sua medula. “Quando eu subi para a enfermaria, os médicos me falaram a situação. Eu não me abalei, dei graças a Deus por estar vivo”, contou. De lá para cá, ele segue uma rotina de tratamento, que conta com fisioterapia na AACD e com uma profissional particular. “Tive grandes progressos. Eu tenho a minha liberdade, saio”, diz ele, que dirige um carro adaptado.
Relatos
O médico Marcelo Ares diz que, na maioria dos casos relatados pelos pacientes, os acidentes foram provocados por alta velocidade, falta de cinto de segurança e imprudência, além de direção sob efeito de álcool ou até drogas. E a reabilitação, segundo ele, começa desde o momento do acidente, na forma como o resgate ao ferido acontece.
“A reabilitação começa um segundo depois que você teve a lesão. É fundamental que, ocorreu o acidente, chame o resgate. É muito importante que esses primeiros-socorros sejam bem feitos. Não mexa, não mobilize, porque, às vezes, no momento não teve uma fratura, mas assim que movimentou isso acontece”, afirmou Ares.
Constatada a lesão medular, o emocional do paciente influencia muito. “A parte emocional influencia muito. Emocional, social, suporte familiar e econômico são fatores fundamentais na reabilitação”, diz o médico. Com exceção das lesões completas – em que há ruptura total da medula – os médicos dão um prazo de dois anos para ter uma avaliação mais conclusiva do caso.
“Há lesões incompletas em que existe alguma passagem de estímulo, que é preciso aguardar um tempo para se ver até quando esses estímulos vão ser funcionais, ou não. Esse prazo, em média, é de dois anos.”
O jovem Michel Sousa Lima, de 20 anos, sofreu uma lesão completa em um acidente de trânsito ocorrido há 9 anos na capital paulista. Ele estava voltando da praia quando o tio dormiu ao volante e colidiu com um caminhão. “Bate o desespero em qualquer um que ganha uma sequela, porque você tem uma vida e precisa se adaptar”, contou.
Ele entrou na AACD em fevereiro de 2001 e, um mês depois, conseguiu encontrar o que chama de “novo caminho”: o esporte. “O tênis de mesa me ajudou a ganhar agilidade. Foi um salto, uma evolução rápida. Faço tudo como uma pessoa normal, mas só com limitação”, conta o jovem. A dedicação trouxe resultados. Ele conta que conquistou cinco ouros no Parapan Juvenil, realizado no mês passado na Colômbia, além de diversos outros títulos na categoria.
Fonte: G1 (15/11/09)
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Vera,
quando eu morava em Brasília precisei fazer um trabalho lá no hospital Sarah Kubitschek e vi está mesma realidade.O hospital atende pessoas do país inteiro.
Bjs.
Olá Fátima!!
Sempre enriquecendo o blog! Obrigada, querida!
beijos
Vera
Oi, Vera, vim agradecer por sua visita no Blog e aproveito para parabenizá-la por esse espaço e pela iniciativa. Muito bom! Bjs, Andre
Oi André!
Obrigada! Seja sempre bem-vindo!
Sempre que puder, estarei visitando o Blog do Mensageiro. Adorei!
abraços
Vera