Móveis de PVC adaptados ajudam criança com deficiência neuromotora
O acesso aos equipamentos de reabilitação, utilizados em clínicas de terapia ocupacional, esbarra no alto custo. Pensando nisso foi criada uma solução barata e de fácil manuseio. A própria família pode produzir a peça e transformar a vida do paciente.
Davi, de três anos e dez meses, tem paralisia cerebral e precisa de cuidados especiais. Quando a família vê o menino andando no cercadinho sabe que isso já significa uma vitória. Os pais gastam com psicólogo, terapeutas e médicos para manter uma boa qualidade de vida ao filho. Mesmo assim, um detalhe foi fundamental para facilitar a evolução física e psicológica da criança.
Os móveis adaptados são quase todos feitos com tubos de PVC, usado em encanamentos hidráulicos. A alternativa é eficaz e barata e chega a custar 60% a menos do que os produtos industrializados. Além do cercadinho, a cadeira com suporte também auxilia nas brincadeiras. O andador facilitou Davi a dar os primeiros passos e até a colher da alimentação diária foi adaptada.
“Ele conseguiu manter a postura, brincar de maneira certa e já dá os primeiros passos com o mobiliário adaptado”, conta a mãe do garoto, Ana Paula Garcia Souza.
Em breve Davi vai ganhar mais um presente. O pai, Loacir Alves de Souza, está produzindo outra cadeirinha maior e mais confortável. Ele faz tudo com as técnicas que aprendeu em um curso.
“A gente se sente muito feliz em participar, porque vê o resultado e a gente sabe que fez parte desse resultado”, comemora o pai.
Loacir aprendeu a técnica com a terapeuta ocupacional Grace Gasparini. Ela desenvolveu as primeiras amostras em 2005 pensando em ajudar as crianças com dificuldades neuromotoras. Os inventos vão desde cadeiras com suporte para estudo até equipamentos para banho. Hoje a terapeuta viaja o Brasil inteiro ensinando pais, profissionais e instituições a construir os móveis.
“A parte mais gostosa do curso é quando a gente coloca as crianças, vê os efeitos e elas podem levar o equipamento para casa”, garante Gasparini.
Em Campo Grande uma das entidades que recebem casos de disfunção neuromotora é a Apae. Os pacientes que chegam passam por uma equipe multidisciplinar e a demanda é grande. Somente uma unidade atende cerca de 9 mil pacientes por mês e mais de 200 pessoas estão na fila de espera.
“Nós conseguimos alocá-los nas terapias conforme nós vamos elencando prioridades entre os pacientes. Para isso, eles tem que fazer um estudo de caso semanal para poder ficar aqui com a gente”, explica o fisioterapeuta da Apae, Paulo Okumoto.
As crianças que têm disfunção neuromotora são avaliadas, no complexo multidisciplinar de saúde, de acordo com o grau de deficiência. Quem precisa de órtese, por exemplo, recebe uma e de graça. Um dos equipamentos ajuda a corrigir a postura do braço e da mão. A órtese é produzida pelos profissionais da própria unidade. O material termoplástico é comprado com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, não tem custos para da família da criança.
“Isso melhora muito a postura dela e muda as atividades na hora da alimentação, do banho, das atividades de escrita na escola. Isso favorece bastante a criança”, afirma a terapeuta ocupacional da Apae, Pâmela Félix.
A pequena Fernanda também tem paralisia cerebral e faz acompanhamento na unidade da Apae desde o nascimento. A mãe, Cristina de Oliveira Quintada Ricci, disse que no começo os médicos não deram muitas chances de reabilitação. Entretanto, os resultados impressionam.
“Ela está andando melhor. A mão esquerda dela era totalmente fechada e já está aberta. Ela já está tomando água sozinha com um copo. Ela manuseia as coisas na escola. São coisas normais para as outras crianças”, fala Cristina.
Muitas das evoluções e conquistas não seriam possíveis sem o apoio e dedicação da família.
“A melhora da criança é o pai e a mãe participarem, levar uma vida normal. O pai e a mãe tem que estar integrado com o seu filho e mostrar que o amor é muito importante”, garante Ana Paula.
Fonte: RMT online
Bastante interessante vermos este tipo de iniciativa.
Acho que de uns tempos para cá a criatividade das pessoas não tem sido adequadamente estimulada, fazendo com que elas tenham dificuldades em improvisar e ver utilidades alternativas para as coisas.
Este texto me fez lembrar do site Instructables que ensina passo a passo como fazer coisas, muitas vezes reaproveitando outras coisas.
muito bom e barato e dar uma sensacao de liberdade para as criancas, meu filho precisa de um andador pos passou por cirurgia no quadril mas nao tem muito equilibrio e vai ajudar muito pois os convencionais sao muito caros…. amei essa iniciativa e parabens a toda equipe
Você já fez barras paralelas de pvc? Gostaria de umas dicas para construir uma dessas aqui para treinamento com crianças.
Procuro um berço adaptado para o meu filho especial dormir pois ele só dorme no colchão no chão se colocar Na cama ele caí tem 10 anos