MP apura propina paga por empresas de ônibus no DF
Em uma nova frente de investigação, o Ministério Público (MP) do Distrito Federal apura denúncia de que deputados acusados de participar do chamado “Mensalão do DEM” teriam cobrado propina milionária de empresários de transporte coletivo em troca da aprovação, na Câmara Legislativa, de uma emenda que beneficiaria o setor.
Em depoimento prestado na quinta-feira a promotores do Núcleo de Combate a Organizações Criminosas, o ex-senador e empresário Valmir Amaral, dono de uma das principais companhias de transporte público de Brasília, deu detalhes do caso. O jornal O Estado de S. Paulo obteve cópia das declarações de Amaral ao MP.
Aos promotores o ex-senador reafirmou denúncia feita há três semanas, quando apareceu de surpresa numa entrevista coletiva convocada pelo presidente licenciado da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente (DEM). O deputado, que virou personagem do escândalo após aparecer em vídeo escondendo dinheiro nas meias, é um dos que Amaral acusa de cobrar propina.
O ex-senador disse no depoimento que os donos das empresas de transporte teriam se cotizado para pagar o que os deputados distritais pediam: R$ 1,6 milhão para aprovar uma emenda que criava passe livre para deficientes físicos nos ônibus de Brasília. A emenda interessava aos empresários porque, com a criação do passe livre, eles passariam a receber do governo um subsídio de pelo menos R$ 4 milhões por mês.
O ex-senador disse que a proposta lhe foi apresentada pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Público do DF, Wagner Canhedo Azevedo Filho, filho de Wagner Canhedo, ex-controlador da falida Vasp. Contou ainda que o dinheiro seria repassado ao presidente da Câmara, Leonardo Prudente, à líder do governo, Eurides Brito (PMDB), e ao deputado Benício Tavares (PMDB).
Defesa
Procurado pela reportagem, o deputado Leonardo Prudente disse, por meio de assessores, que não se manifestaria porque estava terminando de preparar sua defesa no processo de expulsão a que responde no DEM. Eurides Brito não foi localizada. Auxiliares disseram que ela está processando Valmir Amaral por causa da denúncia. A assessoria de Benício Tavares afirmou que ele só falará sobre o assunto “no momento oportuno”.
Wagner Canhedo Filho disse, também por meio de sua assessoria de imprensa, que desconhece os fatos denunciados por Valmir Amaral e que cabe ao ex-senador provar o que disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: G1 (23/12/09)
Imagem retirada do Google Imagens
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