Mulheres com deficiência terão atendimento exclusivo em hospital
Que um atendimento como esse possa ser estendido a todos hospitais das cidades brasileiras (Nota do blog).
‘Peróla Byington’ irá oferecer assistência ginecológica e psicológica. Atendimento será feito sempre no ultimo sábado do mês.
As mulheres que possuem algum tipo de deficiência física ou mental terão a partir deste sábado (28/07) um atendimento exclusivo e especial no hospital Pérola Byington, em São Paulo. O novo serviço oferece desde assistência ginecológica até acompanhamento com psicólogos e nutricionistas.
A estudante de Direito Edna Silva teve paralisia infantil e passou a maior parte da vida na cadeira de rodas. Aos 41 anos, é a primeira vez que vai ao ginecologista. “É difícil encontrar um ginecologista porque, nos postos de saúde, dão prioridade à gestante”, disse.
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Já faz dois meses que ela está com um sangramento e conseguiu ser atendida no projeto Sábado sem Barreiras, dedicado a pessoas com deficiências físicas e mentais. O serviço foi inaugurado esta manhã pelo governador Geraldo Alckmin e pretende atender mil mulheres por ano.
As pacientes vão passar por consultas médicas e fazer exames como ultrassom, mamografia e papanicolau, usando equipamentos especiais. O atendimento será feito sempre no ultimo sábado do mês.
O fim de semana foi escolhido porque assim fica mais fácil para os parentes acompanharem o paciente. O foco não é tratar as deficiências, mas cuidar da mulher.
“Ela menstruou, ela teve vontade de ter relações, ela quis engravidar e, muitas vezes, isso não foi discutido, porque é uma forma de não-inclusão, porque, quando ela vem ao ginecologista, ela se liberta. Ela diz: ‘eu sou mulher como as outras’”, afirma Albertina Duarte Taquiute, coordenadora do Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde e assessora da Organização Pan-americana de Saúde para Assuntos da Mulher.
O governo pretende ampliar o serviço, porque os exames periódicos são fundamentais para detectar doenças como câncer em seu estágio inicial, auxiliando o tratamento. “Pretendemos levar essa proposta para os demais serviços de saúde do governo. É um atendimento voltado à mulher com deficiência, com atendimento completo na área ginecológica, desde consulta com especialistas, exames, e, se precisar, cirurgia”, disse o governador paulista.
As consultas no programa Sábado Sem Barreiras serão sempre das 8h às 12h e devem ser agendadas pelo telefone (11) 3248-8123.
O problema dessa segmentação do atendimento é que não é verdadeiramente inclusivo, e acaba sendo uma forma de tapar o sol com a peneira no que se refere à ineficiência da saúde pública brasileira de um modo geral. Deveria se investir em acessibilidade de fato nos hospitais já existentes, e capacitação dos profissionais para trabalhar de forma adequada com um paciente com deficiência, mas de repente a experiência desse hospital possa tornar-se um laboratório para novas políticas na saúde pública…
Concordo, Daniel. E pode acontecer que esse tipo de projeto fique limitado a esse hospital. Isso depende muito da boa vontade política para que o mesmo tenha continuidade e abrangência.