Musa do Esporte: Japonesa paraolímpica faz ensaio sensual para bancar treinos e é criticada
Polêmica paraolímpica
Maya Nakanishi encontrou uma forma diferente para arrecadar fundos para seu treinamento para os Jogos Paraolímpicos de Londres-2012: a japonesa fez um ensaio seminua que está sendo vendido na forma de calendário. A atitude, entretanto, não escapou de algumas críticas.
Aos 26 anos de idade, Maya ouviu dos críticos que ela estaria humilhando pessoas portadoras de necessidades especiais* por exibir sua perna amputada. “Quero transmitir a mensagem de que [a prótese] é algo bonito, e não algo que você deva ter vergonha de vestir”, argumentou a atleta que competiu em Pequim-2008.
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A japonesa treina nos Estados Unidos e gasta, mas os custos (em torno de 15 mil dólares) eram muito altos para ela, que chegou a dormir no carro por falta de dinheiro. No país, os atletas paraolímpicos recebem pouco apoio do comitê olímpico e muitas vezes precisam pagar os custos do próprio bolso.
Ensaio seminua foi a forma encontrada por Maya Nakanishi para arrecadar recursos para treinamentos nos Estados Unidos. Japonesa foi quarta colocada nos 200m nos Jogos Paraolímpicos de Pequim-2008.
O calendário foi a forma que Maya encontrou para viabilizar seu sonho, pelo menos financeiramente. “Não importa o quanto desprezo e ofensas eu receba pelo calendário. Eu quero abrir o caminho para os atletas mais jovens para brilhar”, afirmou à imprensa do Japão.
Aspirante à jogadora de tênis, Maya perdeu a perna em um acidente de trabalho no Japão, mas manteve seu sonho de esportista e pretende competir nos 100m, 200m, provas em que alcançou, respectivamente, a sexta e quarta posição quatro anos atrás, na China. Em Londres, ela deve competir também no salto em distância, mas para isso, precisa de recursos: “Para conseguir apoio, eu não me importei em arriscar tudo”, disse a japonesa, disposta a enfrentar as críticas.
As pessoas precisam ver que beleza e deficiência não são palavras opostas. Os críticos precisam tomar cuidado com as palavras, primeiro com a termologia, são pessoas com deficiência e não portadores de necessidades especiais, segundo cuidado com as palavras para não cair no preconceito, terceiro e não menos importante, não julgar o próximo. Sem contar o fato de estar falando por terceiros, qual pessoa com deficiência que não gostou dessas fotos? Cada pessoa tem que criticar, entrar em debate, deixar a sua opinião por si e não falar em nome de “terceiros”. Uma mulher linda, que além de atleta é uma modelo. As fotos não mostram nada além de uma mulher bonita que usa prótese em membro inferior. A beleza existe na diversidade, as pessoas precisam ver que não existe um único tipo de beleza. Essa alternativa encontrada pela atleta, foi um trabalho honesto como modelo. Não vejo motivos para criticas e sim de apoio. Os atletas precisam de recursos para manter carreira assim como as modelos com deficiência precisam de mais espaço para mostrar sua beleza e sensualidade.