Na contramão do país, cidade de Campinas tem baixa contratação de deficientes
Já não basta os escândalos em que a cidade de Campinas está imersa: irregularidades na administração de Hélio de Oliveira Santos, corrupção, fraudes, organização criminosa, formação de quadrilhas…Agora, uma cidade que tinha tudo para ser inclusiva, está na contramão da inclusão. Vergonhoso! (Nota do blog)
Campinas bateu recordes de contratação desde o fim da crise econômica de 2008. Multinacionais e indústrias estão de olho na mão-de-obra qualificada que a cidade oferece por conta da presença de grandes universidades e importantes centro de pesquisa, e não é difícil encontrar trabalho na cidade. Mas, apesar da lei de cotas para pessoas com deficiência (Lei 8213/91), que obriga, por exemplo, empresas com cem funcionários ou mais a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com esses trabalhadores, a inclusão de deficientes no mercado de trabalho ainda é um desafio na cidade, que acaba de completar 237 anos. Competitividade, baixa escolaridade, falta de qualificação e adaptação das empresas são os principais motivos.
Dados do Programa Emprega São Paulo e do CPAT (Centro Público de Apoio ao Trabalhador) de Campinas mostram que o interesse dos deficientes nas vagas abertas é grande, mas menos da metade delas são contratados. Das 766 pessoas com deficiência inscritas nos últimos três anos no CPAT, apenas 22,59% foram absorvidas pelo mercado. A procura é maior para deficientes físicos (63%), seguido por pessoas com deficiência auditiva (20%). Deficiências visuais e intelectuais compõem, juntas, 17% das admissões. As funções que mais empregam são auxiliar administrativo, auxiliar de linha de produção, auxiliar de escritório, auxiliar de limpeza, auxiliar de serviços gerais, operador de caixa e operador de telemarketing.
No Programa Emprega SP, o número de contratações é ainda menor. Em três anos, 7.328 vagas para pessoas com deficiência em Campinas foram cadastradas pelas empresas. Quase dois mil candidatos foram encaminhados para entrevistas, mas apenas 100 foram contratados. O Emprega SP tem 890 deficientes cadastrados no sistema.
Os números em Campinas não seguem os dados do Ministério do Trabalho, que mostrou, através de um levantamento, que o número de pessoas com deficiência que consquistaram um posto de trabalho formal cresceu nos últimos anos. No comparativo com o 1º trimestre de 2010 com o mesmo período de 2011, as contratações no Brasil aumentaram 40,7%.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda de Campinas, um outro motivo da baixa procura dos deficientes para as vagas de emprego é que muitos deles não querem perder o benefício da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que oferece um salário mínimo pago pelo pessoas que comprovam que não conseguem trabalhar por causa de sua deficiência. Se a proposta de remuneração da empresa for no mesmo valor, a procura é baixa, já que, se deficiente é contratado, o benefício é suspenso. Em caso de demissão, o trabalhador terá novamente que provar sua necessidade para voltar a recebê-lo.
Na Page Personnel, consultoria especializada em recrutamento, possui uma divisão que se dedica apenas aos processos de seleção voltados às pessoas com deficiência, a maior dificuldade de aceitação são de deficientes físicos devido à dificuldade de acessibilidade das empresas, seguidas pela deficiencia visual e auditiva. O preconceito em relação à capacidade desses candidatos também é outra barreira, mas segundo a consultoria, muitas pessoas estão aptas a assumirem desde posições de suporte até cargos de gestão, gerência e diretoria.
Qualificação
O gerente do departamento de educação do Instituto Eldorado, Luis Rogério Gomes, explica que as pessoas com deficiência sofrem com a falta de qualificação porque desde crianças, muitas vezes, não são sequer inseridas na educação formal. A instituição oferece cursos de qualificação gratuitos a deficientes, em parceira com empresas de comunicação e tecnologia da informação de Campinas, e já formou 250 pessoas desde 2007. “As empresas têm muita demanda para preencher o número de vagas, mas não encontram profissionais capacitados para serem contratadas”, disse Gomes ao EP Campinas.
As aulas começaram há três anos, em um curso piloto. Neste período, empresas como a Foxcom, IBM e CI&T fizeram parcerias com o instituto para capacitar mão de obra, muitas vezes absorvida logo após a conclusão. Em geral, as vagas abertas são para a função de suporte e linha de producao, mas é comum que o funcionário com deficiência suba de cargo em pouco tempo. “A competência faz a diferença. Em muitos casos, as pessoas até esquecem que têm a deficiência”, conclui o Luis Rogério Gomes.
Fonte: http://eptv.globo.com/
De certa forma esta noticia baseia-s apenas em dados obtidos com o governo. Concordo que Campinas é uma região onde a inclusão não stá ainda nem engatinhando. Porém sou sócio de uma agência de Empregos e posso te garantir que tenho várias vagas em aberto para deficientes. O CPAT e o Emprega SP dificultam ao máximo a obtenção deste tipo de curriculo, se houvesse uma maior integração e humildade entre as partes, tenho certeza de que esse numero seria diferente. Pra você ter uma idéia, eu só posso contratar funcionários se forem com o mesmo CNPJ da empresa de cadastro, ou seja, no meu caso, eu só poderia contratá-los se se fosse em regime de contrato temporário. Nunca poderia contratá-los de forma efetiva para os meus clientes.