Não Há Deficientes no Brasil
Caro leitor,
O jornalista e palestrante Toni Vaz* escreveu um artigo muito pertinente a respeito do Censo IBGE e a pessoa com deficiência. Confira!
Acabei de receber a simpática visita da recenseadora do IBGE. Uma universitária bem preparada que, além deste trabalho, passa roupas para pagar os estudos.
Fez todas as perguntas de praxe. Tudo terminado, perguntei: “não vai registrar que nessa casa tem um deficiente?” Ela disse que essa pesquisa é por amostragem, que o sistema (sempre ele – o sistema) é aleatório e ela não tem autonomia para acionar o questionário apropriado.
Ora, já disse em outros artigos: não é muito mais difícil contar a população toda de um a um? Por que não se pode perguntar: tem algum deficiente nessa casa? Só na minha rua somos dois. Na rua detrás são mais dois. Ninguém foi contato. Por que isso?
Porque se descobrirmos que somos uns 40 milhões de pessoas e não os 25 milhões divulgados pelo IBGE, descobriremos que temos muita força, poderemos exigir, com mais poder, que se cumpram as leis que nos protegem, que se façam as políticas públicas determinadas pela nossa Constituição. Além do mais, a população poderá questionar o que causa tantas deficiências nas pessoas e acabar descobrindo que são: estradas ruins, violência desenfreada, doenças já erradicadas em outras nações, falta de sistemas de tratamento de água e esgoto etc…
Mas a falsa estatística também é ruim para a indústria. Diante de números exatos (e elevados) ela poderia desenvolver mais produtos para este público. Venderia mais e pagaria mais impostos, aumentando a já elevada sanha arrecadadora do Governo. Ou seja, a não correta contagem de quantos deficientes tem o Brasil é ruim para todos (ou quase todos…).
*Pós-graduado em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela Unileste/MG, Curso de Motivação e Gerenciamento de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas, Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes, Jornalista, Radialista, membro fundador da Associação dos Deficientes Físicos do Vale do Aço/MG – Adefiva, autor das obras: Para Quem Sonha Ser Vencedor (lançada na 19ª Bienal Internacional de São Paulo), do audiolivro Diálogo Para O Crescimento.
Acesse o site Tonivaz.com e saiba mais informações a respeito deste talentoso palestrante.
Veja:
Olá Verinha linda!
É verdade, porque os números têm força…
Um beijo enorme.
Sem contar que o conhecimento sobre a questão da deficiência continuará sob o domínio de Instituições Asilares (AACD, APAE, etc.).
Ao invés de se saber exatamente quantos somos, como somos, quais nossas dificuldades e facilidades; quais políticas públicas são necessárias para se promover a real Inclusão, apenas com números "estatísticos", facilitar-se-á o continuísmo. E dá-lhes Teletons!
Amilcar Zanelatto Fernandes
EXCELENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
Concordo plenamente com o Amilcar. Recentemente fiz uma pesquisa e constatei que as necessidades das pessoas com deficiência perpassam as questões oriundas dos protocolos dos grandes centros de reabilitação. Como o Estado pode desenvolver políticas para esse segmento se não conhece como vivem? Quantas pessoas realmente acessam os serviços ofertados pelos centros de reabilitação? E o que acontece com a maioria delas depois que recebem alta? Estou decepcionada com o formato deste censo. Como o Marcelo Neri conseguirá fazer um novo "Retratos da Deficiência" baseado nessa pífia coleta? E em que dados irei me basear para continuar a desenvolver pesquisas sobre a qualidade de vida das pessoas com deficiência?
Muitas infelizes perguntas…
ABS,
Taísa Gomes Ferreira
Deficientes saõ todos que não conseguem ter uma atitude na vida, paz.
Beijo Lisette
Parabéns pelo texto, sensacional !!!!
Vi em um site que o número de deficientes no Brasil são de pouco mais de 34 MI. As “respostas” são conflitantes em relação ao resultado do IBGE.
http://www.cedipod.org.br/Ibge1.htm
Realmente conflitante, Tânia. Boa observação!