O que é distonia?
A matéria abaixo foi extraída do site Conhecer Saúde.
A distonia é uma doença do sistema nervoso, cuja principal característica é o movimento involuntário dos músculos (espasmos), provocando movimentos e posições anormais de uma parte ou da totalidade do corpo. Há uma paragem repentina do movimento da pessoa, provocada pela contracção involuntária, lenta e repetitiva do músculo.
A distonia tem várias denominações consoante o local afectado. Se for numa zona limitada do corpo como as mãos, pescoço ou olhos, é distonia focal. Em duas zonas juntas, como braço e mão, a distonia é segmentar; em metade do corpo é hemidistonia; se afectar todo o corpo é distonia generalizada.
Há dois tipos de distonia, a primária e a secundária. Na primeira, desconhece-se a causa, sendo parte das distonias primárias genéticas; na segunda, a causa é consequência de uma doença, acidente ou problemas no parto.
Causas
As causas não são conhecidas (idiopáticas) em grande parte dos doentes. Há quem defenda ser devido ao funcionamento incorrecto dos núcleos da base do cérebro, provocando contracções e movimentos involuntários nos músculos errados quando a pessoa está parada ou em movimento.
Também pode ser devida a uma hiperactividade de algumas áreas do cérebro, como o tálamo, córtex cerebral e gânglios basais.
A distonia crónica pode ter origem genética. A distonia também pode ser provocada numa situação grave de hipoxia (falta de oxigénio no cérebro), por alguns metais pesados, reacção a alguns medicamentos (geralmente melhora com medicação injectável), por doenças ou acidentes que provoquem lesão em certas zonas do cérebro (distonia secundária).
As distonias focais afectam apenas uma zona limitada do corpo. Normalmente, os sintomas começam após os 30 anos e podem passar despercebidos. Posteriormente, as contracções musculares são mais intensas e frequentes, manifestando-se também durante o repouso. Nesta altura, pode haver dor no músculo comprometido. (A imagem ao lado é do pianista João Carlos Martins que sofre de distonia focal).
As cinco distonias focais mais frequentes são a blefarospasmo, distonia oromandibular, torcicolo espasmódico, disfonia espasmódica e cãibra do escrivão.
Distonia focal blefarospasmo
Esta distonia afecta os músculos localizados na região peri-orbital, responsáveis pelo fechar das pálpebras. Na fase inicial, há um aumento do número de vezes do piscar os olhos, irritação dos olhos e maior sensibilidade á luz (fotofobia). O uso de óculos de sol alivia o desconforto da luz. O stress agrava a doença.
Com a evolução da doença, há aumento da frequência e intensidade no piscar os olhos, e por fim surgem espasmos musculares que provocam dificuldade na abertura dos olhos. Pode afectar um olho e posteriormente o outro. Surge grande dificuldade em ver, podendo levar o doente a ficar incapacitado para executar algumas tarefas do dia-a-dia.
Distonia oromandibular
Os espasmos estão localizados na região inferior da cara (boca, língua e mandíbula). Há dificuldade na abertura e/ou encerramento da boca, no mastigar, engolir e articulação das palavras.
Torcicolo espasmódico
É o mais frequente e afecta os músculos que sustentam o pescoço. Pode ser em um ou ambos os lados e afectar mais do que um músculo. As alterações da postura são ao nível da cabeça e pescoço, podendo haver rotação, desvio para qualquer um dos lados, para a frente ou trás ou 2 combinados.
O stress e cansaço aumentam a intensidade da distonia, mas melhora com o repouso e a posição horizontal.
Disfonia espasmódica
Há comprometimento dos músculos das cordas vocais provocando dificuldade ou incapacidade na articulação das palavras e saída de som perceptível. Os espasmos musculares involuntários são ao nível das pregas vocais, laringe e faringe. Encontra-se muitas vezes conjuntamente, disfonia em outros músculos faciais. A voz pode sair com cortes ou tipo sussurro.
Cãibra do escrivão
Inicialmente, os movimentos involuntários do membro superior surgem ao realizar uma tarefa repetitiva como escrever (escrivão) ou tocar música (músico). Com a evolução da doença, a alteração pode surgir durante o repouso.
Distonia segmentar
Os músculos não são restritos a uma zona, mas sim a duas juntas. A mais comum é a que atinge os músculos peri- orbitais (distonia blefarospasmo) e os da face (distonia oromandibular). Afecta músculos de ambas.
Hemidistonias
Os músculos afectados são sempre do mesmo lado do corpo. Pode surgir em qualquer faixa etária. As lesões no núcleo da base costumam ser do lado oposto da zona da manifestação da distonia.
Distonias generalizadas
São as mais raras das anteriores. Os sintomas surgem de forma lenta mas progressiva. Podem surgir na infância, com contracções em um ou ambos pés ao andar e posteriormente também em repouso.
A distonia vai afectando outros músculos do corpo, provocando grandes dificuldades na marcha. Pode ser necessária ajuda para as actividades do dia-a-dia.
Sinais e Sintomas
Inicialmente são suaves, podendo passar despercebidos, mas com a evolução da doença aumentam de frequência e intensidade. Diferem conforme o músculo afectado.
- Tremores
- Cãibra
- Deterioração da escrita
- Dificuldade ou incapacidade para agarrar em objectos (caneta, flauta ou tacos de golfe)
Tratamento
Como não se sabe ao certo qual a causa da doença, torna-se difícil tratar a causa da doença. Por este motivo, o tratamento é destinado ao alívio dos sintomas.
O tratamento pode ser feito com medicamentos, com a toxina botulínica ou cirúrgico.
O tratamento farmacológico, ajuda a controlar os movimentos e a reduzir as contracções. É mais eficaz nas distonias generalizadas da criança.
A toxina botulínica impede a contracção muscular porque paralisa os músculos implicados. Esta toxina é injectada nos músculos afectados. É mais eficaz nas distonias focais e segmentares do adulto. Este tratamento é feito em média de 3 em 3 meses, de forma a não haver regressão dos sintomas.
O tratamento cirúrgico é destinado aos doentes que não beneficiam com os anteriores. A cirurgia retira ou faz lesão cirúrgica dos nervos ou órgãos necessários.
Pode ser colocado cirurgicamente um neuroestimulador rec
arregável, que controla grande parte das contracções involuntárias.
Fonte: http://www.conhecersaude.com/
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Sabe informar se há alguma lei q. de fato confirme q. pessoa c/ distonia como a cervical é portadora de deficiência?
Bom dia, Daiana!
Infelizmente não tenho essa informação.
Se algum leitor puder nos ajudar, eu agradeço.
Distonia cervical é uma doença que maltrata muito!!! Sabemos o quanto causa prejuízo a nosso cotidiano,como atravessar uma rua,correr por um período longo,dirigir,são ações que o portador de distonia não consegue realizar como a maioria das pessoas!!! Uma doença que não tem cura!!! Como podemos competir com pessoas saudáveis? Fica aí o questionamento as autoridades!!!
Somos portadores de deficiente fisico sim!!! Quero que que examinem um distonico e provem que essa doença não causa limitações e prejuízo no seu cotidiano!!!
olá!
sofro de distonia no braço e mão direita e ha 3 anos venho me submetendo a tratamento paliativo com aplicação de botox e bloqueios com analgesicos, é uma doença devastadora pr não ter um tratamento efeivamente eficaz, essa doença destroi não só o corpo ela atinge nosso emocional de forma dura nos tornam limitados e para a familia na maioria das vezes é sofrivel tambem por nao entenderem o que foi que aconteceu com o doente.
o que mais me dói é saber que com uma medicina tão adiantada ninguem conseguiu ainda nenhum resultado para pelo menos aliviar as dores que essa doença causa
distonia = morrer todo dia um pouco mais
sds
nilda
Aquele com impedimento a longo prazo de natureza física e considerado deficiente, de acordo com o estatuto do deficiente. Art 2, eu sofro dessa doença maldita., eu sonho em operar e ficar boa, porque remédio nenhum dá jeito nesse problema, vi um rapaz no Youtube, que ficou bom colocando um aparelho.bom dia espero ter ajudado.
Boa noite eu tenho distinta da escrita a direita já não consigo escrever mais,Faz um ano que estou esperando uma consulta com neurocirurgiao do sus pois o Neurologista me disse que não podia fazer nada por mim !já não tenho mais profissão! Estou desesperada
Eu tenho distonia desde que nasci devido á um parto complicado, hoje tenho 34 anos e cada dia pioro com dores e esses tremores pioram a cada dia antes eram os braços agora a cabeça, não sei mais o que fazer estou há mais de um ano á espera de um neuro pelo SUS , me medico por conta própria e isso está afetando minha vida não sei mais que fazer, se souberem de algum remédio me ajudem.
Priscila 🙁
Como portador de distonia cervical, torcicolo espasmódico e sabendo das dificuldades que enfrentamos fico muito feliz de ver e ler esta matéria.
Bom dia, primeiramente gostaria de agradecer o conteúdo da matéria, onde o mesmo foi de grande valia. A mais ou menos 8 meses, apareceu um incômodo na minha mão direita, onde aparentemente foi diagnóstico com cãibra do escrivão. Esse incômodo atrapalha bastante na hora da escrita, onde além de comprometer a qualidade da letra, afeta a velocidade também. Portanto, agradeço a oportunidade por poder contribuir com minha experiência, pois acredito que meu depoimento possa ajudar outras pessoas á se diagnosticarem.