O que é paraplegia e tetraplegia?
Introdução- Paraplegia e Tetraplegia
As paraplegias e as tetraplegias são decorrentes de comprometimentos funcionais da medula espinhal. Elas se manifestam em três formas distintas de comprometimentos: motores, da sensibilidade e vegetativos (vide entre outros PAPE et PAESLACK 1997, p.306; GERNER 1992, p.3).
Quando as vias medulares são totalmente interrompidas, resulta em uma lesão medular completa. Esta lesão será diagnosticada como sendo uma tetraplegia, quando comprometer os 4 membros e o tronco, como conseqüência de lesões cervicais e em nível da primeira vértebra torácica. Observação: em casos de tetraplegia, os deltóides ficam com funções perfeitamente normais, assim como o peitoral menor.
Já o ancôneo e o bíceps ficam parcialmente funcionais. Com estes músculos os tetraplégicos podem, por exemplo, nadar, fazer atletismo (corridas, arremessos e lançamentos), rugby, jogar tênis em cadeira de rodas, etc. Quando a lesão medular completa comprometer “apenas” as pernas, o diagnóstico será de paraplegia.
Nas lesões medulares incompletas, quando elas ocorrerem na região cervical ou até a primeira vértebra torácica, o diagnóstico será de tetraparesia, já que todos os quatro membros e o tronco ficam parcialmente comprometidos. Abaixo deste nível, o diagnóstico será de paraparesia, já que ambas as pernas ficam parcialmente comprometidas.
A altura da lesão é determinada com base nas perdas funcionais e distúrbios das funções comprometidas.
Quando ocorre uma perda séria das funções motoras, fala-se em paralisia. Quando ocorre um “leve” comprometimento, fala-se em paresia.
Causas da Paraplegia e da Tetraplegia
Entre as causas mais freqüentes da paraplegia e da tetraplegia podem ser citadas:
Traumatismos medulares: os traumatismos medulares representam em torno de 75% dos casos das lesões medulares. Eles são provocados por acidentes de moto, carro, no lazer, no trabalho e por armas. Um dos pontos críticos de sua ocorrência é de que na maioria dos casos as pessoas atingidas estão na faixa etária dos 17 aos 25 anos de idade. (Veja também, no blog Deficiente Ciente, maioria dos casos de lesão medular é causada por acidentes de trânsito.)
Os traumatismos são classificados em: comoção, contusão e fratura.
Na comoção espinhal normalmente não há sequelas. Os comprometimentos são só temporários.
A contusão medular, por sua vez, leva a comprometimentos neurológicos, tais como perda da sensibilidade e incontinência urinária (vide Manifestações Não-Motoras da Paraplegia e da Tetraplegia).
A compressão medular ocorre pela ação prolongada de fragmentos ósseos e, especialmente, por hematomas.
- Processos intra-espinhais capazes de destruir áreas medulares (tumores, abscessos, hérnias de disco, cistos, hematomas, etc.);
- Disfunções circulatórias e más formações de vasos sanguíneos;
- Infecções e infestações: os processos infecciosos comprometem as estruturas neurais, que não se regeneram e levam a perdas funcionais. Em muitas regiões brasileiras, é grande a infestação por xistose (Schistossoma mansoni), que pode se alojar junto à medula e provocar paraplegias;
- Processos degenerativos, como, por exemplo, na esclerose múltipla;
- Más formações da estrutura neural da medula: espinha bífida oculta e espinha bífida aberta.
- A espinha bífida oculta não tem importância clínica na maioria dos casos, já que geralmente não apresenta sequlas. DELANK et GEHLEN (1999, p. 333) chamam a atenção, no entanto, para o fato de que adultos com incontinência urinária, sem comprometimentos neurológicos diagnosticados, poderiam ter como causa da incontinência urinária a espinha bífida oculta.
- A espinha bífida aberta é causada por um distúrbio de desenvolvimento da medula espinhal, estando comprometidos inclusive suas membranas e nervos (meningocele, mielomeningocele, mielomeningocistocele, etc.);
- Outras anomalias, causadas, por exemplo, pela instabilidade cervical (instabilidade atlanto-axial) na síndrome de Down, que pode provocar tetraplegias ou até mesmo levar à morte, ante a frouxidão ligamentar.
As lesões medulares completas quase sempre são de causa traumática e raramente são infecciosas. Com isso, é de fundamental importância o cuidado com acidentes, evitando-se mergulhos em águas rasas ou em ambientes desconhecidos. Também deve-se evitar o acesso a lagoas ou rios contaminados com xistose nas atividades de lazer, na prática esportiva ou no exercício profissional, como é o caso dos Bombeiros Militares ou mergulhadores, por exemplo.
Topografia Neurológica da Tetraplegia e da Paraplegia
Paraplegia – lesões medulares abaixo de T1
Significado Funcional do Nível da Lesão Medular
“Embora possam ser mencionadas princípios gerais para o tratamento da lesão da medula, o programa específico para um paciente precisa ser modificado de acordo com o nível da lesão. Quanto mais baixo for o nível da lesão, maior a quantidade de força muscular disponível para o paciente na reabilitação. O conhecimento dos níveis críticos torna possível a predição da função final na ausência de complicações no indivíduo com lesão medular bem treinado e motivado.
Quarto Nível Cervical:
Pacientes tetraplégicos nos quais o quarto segmento cervical está poupado tem bom uso dos esterno-mastóideos e trapézios e músculos paravertebrais cervicais superiores. Eles são incapazes de função voluntária nos membros superiores, tronco ou membros inferiores. Os membros superiores completamente paralisados podem ser apoiados em órteses de antebraços equilibrados.
Quinto Nível Cervical:
Paciente com quinto segmento cervical funcional pode usar os músculos deltóide e bíceps para realizar as atividades da vida diária. A fraqueza parcial do deltóide e do bíceps pode fazer com que o uso de uma órtese de antebraço equilibrada para apoio do cotovelo e ombro, especialmente nos estágios iniciais do programa de reabilitação.
Paciente tetraplégico cuja lesão está abaixo do quinto segmento cervical podem se alimentar, realizar algumas atividades de toucador, ajudar a vestir o membro superior, ajudar a colocar a órtese, empurrar suas cadeiras de rodas por pequenas distâncias.
Pacientes com lesão dos quarto e quintos segmentos cervicais necessitam de ajuda para erguerem-se e ficarem em pé.
Sexto Nível Cervical:
O paciente com lesão abaixo desse nível pode realizar todas as atividades do paciente com lesão mais alta e ainda é capaz de cooperar mais no vestir. A partir desse nível, os indivíduos devem ser capazes de dirigir um automóvel com controles manuais e equipamento adaptativos adicional.
Sétimo Nível Cervical:
Os principais acréscimos funcionais são o uso do tríceps e dos flexores e extensores extrínsecos. Este paciente é capaz de transferir-se do leito par a cadeira e ainda pegar e soltar e gradamente objetos com a mão sem o uso de splints”.
Fonte:http://www.informacao.srv.br/cpb/index.html
Parabéns pelo site!
Esclareceu muitas duvidas!
bjos!
Muito obrigada!
Abraços,
Vera
meu irmão tem apenas 21anos foi vitima de uma tentativa de assalto e devido a isso perdeu a sensibilidade das partes inferiores do corpo,criou uma escara na parte sacral(acima do bumbum)aproximadamente a uns três meses atrás.estou precisando de ajuda ,estou precisando muito de ajuda,com locais de tratamentona regiao de salvador,recife e aracaju.
relacionados a metos de sicatrização de escaras e tratamento para lesão medular.
agradeço desde ja muito obrigada a todos!meu e-mail:larisvania@gmail.com
GOSTARIA DE TROCAR EXPERIENCIAS COM PESSOAS COM LESAO MEDULAR PARAPLEGIA
Bom dia.
Sou paraplégico a 10 anos e posso dizer que uma boa experiência para conversar/ajudar a quem precisa. (Sobre Escaras, reabilitação, auto estima, Sarah…..)
Contem comigo.
Olá Senhores,
Sou professor na faculdade Anhanguera de Valinhos -SP e também orientado de TCCs (Trabalho de Conclusão de Curso). O TCC é um requisito para os alunos que desejam obter o título de graduação no Curso de Ciência da Computação, e para isso, eles têm o período de um ano e meio para desenvolvê-lo. Dois dos meus grupos estão desenvolvendo pesquisas que envolvem programação de computadores e microcontroladores, voltados para melhorar a qualidade de vida de portadores de tetraplegia. Ressalto que é um curso de graduação e os trabalhos são relativamente simples e não são inéditos, mas estamos tentando contribuir.
Os trabalhos são:
O primeiro é um sistema de movimentação da cadeira por intermédio da inclinação da cabeça. O sistema também detecta e impede o movimento caso um sensor encontre alguma barreira, buraco ou degrau de escada descendente.
O segundo consiste em um software que permita a pessoa utilizar o computador com um dispositivo apontador infravermelho preso a cabeça e acionar o botão do mouse por um sopro em um microfone. Além disso, o sistema realiza uma integração entre diversos dispositivos da residência ao computador, dessa forma pelo software a pessoa pode ligar e desligar luzes, abrir e fechar portas e portões, entre outros.
Gostaria de saber os autores ou leitores teriam disponibilidade para ler os artigos e fazer comentários sobre a forma que está escrita uma pequena parte relacionado a descrição da deficiência. Por desconhecimento, talvez utilizemos termos que transmitam uma informação errada e até provoque ofensas. Por exemplo, recentemente minha esposa comentou que estava conversando com um amigo cego e ele explicou que é errado dizer que ele é deficiente visual, pois ele é cego e portador de deficiência visual é quem usa óculos. Em um trabalho voluntário na elaboração de um software para cadastro de portadores de deficiência em nossa cidade, Valinhos – SP, insistíamos em usar o termo portador de necessidades especiais, até que um amigo cadeirante dizer que o correto é usar pessoa com deficiência.
Agradeço antecipadamente e compreendo perfeitamente caso não seja possível.
Até mais
Ivair Teixeira.
Meu e-mail: labhardware.fav@unianhanguera.edu.br
Prof. Ivair,
Parabéns pelo brilhante trabalho que o Sr. juntamente com seus alunos estão desenvolvendo! Com certeza será uma grande contribuição para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com tetraplegia.
Em relação a terminologia correta para ser utilizada em relação a pessoa com deficiência, publiquei no blog um excelente artigo "Terminologia sobre Deficiência na Era da Inclusão" do consultor de inclusão social Romeu Kazumi Sassaki. Os link está abaixo:(foi dividido em partes)
http://www.deficienteciente.com.br/2010/01/terminologia-sobre-deficiencia-na-era.html
O arquivo completo em PDF encontra-se neste endereço: http://www.fiemg.com.br/ead/pne/Terminologias.pdf
Se quiser enviar os links dos artigos para que eu possa ler e fazer comentários, fique à vontade.
Aguardo resposta.
Vera (Blog Deficiente Ciente)
Obrigada por esclarecer minhas dúvidas.
Que Deus te abençoe!
Por nada, Luciene.
Abraços,
Excelente site!!!Por favor,você poderia me indicar a bibliografia consultada por vocês para a construção deste texto.Estou fazendo uma pesquisa sobre aprendizagem de crianças tetraplégicas com atendimento educacional domiciliar. Obrigado! Carolina Figueirêdo
Olá Carolina! Obrigada!
Retirei desse link: http://www.informacao.srv.br/
No entanto não encontrei a bibliografia.
Abraços,
Parabéns, pelo site! As informações são extremanente relevantes e ricas.
Obrigada, Carolina!
Abraços!
Eu tenho um amigo que tem paraplegia porque a gente tava voltando de uma festa e aconteceu um acidente o carro capoto eu só tive uma mão amputada (sorte) o meu amigo amado tá paraplégico e minha melhor amiga infelizmente morreu.
Sinto muito por tudo isso, Amanda.
Abraços,
Oi vera gostaria primeiro de parabenizá-la pelo blog.
sou estudante do unasp – engenheiro coelho – são paulo do curso de pós graduação em educação especial e para o tcc preciso que vc me responda uma pergunta?
como pedagoga e como deficiente como vc ve as escolas brasileiras e os professores?
o que deve ser mudado? o que vc considera bom ou falho no sistema?
desde já agradeço obrigada
Olá Sue ellen! Obrigada!
Em relação a primeira questão, como pedagoga e como pessoa com deficiência penso que a grande falha da nossa sociedade está no pouco investimento que é destinado a educação. Não entendo como a educação não seja a prioridade de um país. Quando um país investe na educação, isso reflete positivamente em vários setores como: mercado de trabalho, saúde, segurança…
A inércia governamental no setor de investimentos educacionais foi incapaz, até hoje, de criar condições básicas de melhoria no ensino público. Isso é vergonhoso!
Diante disso, encontramos professores despreparados, mal remunerados, alunos e pais insatisfeitos e um ensino precário. E no que se refere aos alunos com deficiência, a verdadeira inclusão está caminhando a passos lentos, longe de se tornar uma realidade.
O que deve ser mudado? Acredito que é urgentemente necessário,um investimento efetivo na educação inclusiva, escola para todos, logo nos anos iniciais.
O que você considera bom ou falho no sistema?
As falhas respondi nas questões acima. Diante desse cenário caótico do ensino brasileiro, o ponto que considero positivo são os professores que ainda estão comprometidos com a educação em meio a toda a essas mazelas.Conheço professores que se dedicam ao máximo, apesar de serem pouco valorizados.
Abraços,
Agora é facil saber sobre o assunto. isso é uma ótima forma de mostra como funciona nossa medula.
valeu ai genteeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
bjs a todos.
Me chamo Beatriz, moro em Lavras – MG, meu marido se chama Alfredo, ele é paraplégico desde os 18 anos e hj ele está com 56 anos. Uma pessoa de um astral mto bom, de bem com a vida. Hoje em dia ele vem tendo algumas dificuldades q sempre consegue superá-las de alguma maneira, agora a q vem sendo mto difícil são os gases intestinais, e é nesse sentido q recorro a vcs para saber se vcs podem nos orientar e nos ajudar a superar mais essa dificuldade tb. Já não sabemos o q fazer. NOS AJUDE, POR FAVOR. Abraços
Beatriz,
Você já o levou a um gastroenterologista?
Abraços,
pode ser considerado tetraplégico o portador de sequela de polineurite ?
existe a tetraplegia funcional – devida a lesões não neurais como artroses avançada, por exemplo ?
A.