Paciente acamado há 37 anos e com síndrome de Down vence covid-19
Washington Luis Cremosi, de 48 anos, tem síndrome de Down e está acamado há 37 anos, morando na Unidade de Longa Permanência das Casas André Luiz em Guarulhos, na Grande São Paulo. Diagnosticado com Covid-19 em 20 de abril, teve alta da doença da enfermaria central 15 dias depois, em 5 de maio.
Os primeiros sintomas foram febre e insuficiência respiratória, que levaram à confirmação da doença. Além de Washington, pelo menos mais 100 dos 550 moradores das 4 unidades das Casas André Luís em Guarulhos, tiveram a confirmação da doença, todos portadores de deficiência.
5 dos 100 moradores das casas que tiveram confirmação da Covid-19 não resistiram à Covid-19 e acabaram morrendo. As unidades também tiveram 45 funcionários doentes.
Além das unidades de longa permanência, a organização possui também, em Guarulhos, um ambulatório para deficiências, que realiza o atendimento de 1.200 crianças e adolescentes.
“Ele é um vencedor. Ficamos muito felizes (pela recuperação de Washington), porque eles já lutam pela vida diariamente. Ainda bem que conseguimos tomar o máximo de medidas de segurança possível para proteger os demais moradores da casa”, disse a diretora de relações institucionais das Casas André Luiz, Daniela Silvestre.
Washington, que também teve a perda da visão durante a infância e já teve uma pneumonia em 2019, teve de ser submetido à ventilação mecânica durante o período de tratamento para a Covid-19.
“Chegamos a ter 146 moradores com diagnóstico ou suspeita da doença isolados. Nossa sorte é que o ambiente das casas tem bastante espaço e temos quartos para fazer o isolamento necessário. E conseguimos apoio para comprar equipamentos de proteção para todo mundo”, acrescenta Daniela.
Além de Washington, outros dois pacientes com síndrome de down tiveram complicações graves da Covid e conseguiram se recuperar.
Um deles também é acamado, mas apresenta melhores condições do que Washington, explica Daniela.
Trata-se de Dillan Sanches do Nascimento, de 26 anos, que mora nas Casas André Luiz desde 2006. Dillan testou positivo para Covid em 24 de abril e também já venceu a doença e está de volta ao lar, após 15 dias internado.
A outra vencedora é Enilda Maria de Souza Fernandes, de 49 anos, que mora nas Casa André Luiz desde 1975, que testou positivo para Covid em 18 de abril.
Fonte: G1