Pai cria sozinho filho com síndrome de down, no Rio Grande do Sul
Por Carla Emanuele/JBV Online
Criar um filho, não é tarefa simples. Ouço com frequência relatos dos desafios ao longo da trajetória. Penso, que mais desafiador ainda é criá-lo sozinho e saber que o amor não conta cromossomos, mas supera qualquer diferença.
O erechinense Cleomar Cuzma, 30 anos, é pai do carismático Cauan, que tem a alteração genética, Síndrome de Down. Cauan tem 11 anos, estuda no ensino regular e é fã de carteirinha do Ypiranga, especialmente do jogador Carlão, do qual ganhou uma camiseta do Canarinho.
“Sempre tratei o Cauan como às demais crianças”
Ele e o pai conversaram com o Jornal Boa Vista e contaram como é a rotina na residência Cuzma, onde moram apenas os dois. As atividades iniciam logo cedo, às 6h da manhã, quando chega a hora de tomar café, trocar de roupa e aguardar a chegada da van escolar. “Sempre tratei o Cauan como as demais crianças. Nunca penso que ele é incapaz de algo. Procuro impor limites e horários. Ele vai à escola de manhã, de tarde, algumas vezes me acompanha no trabalho e eu já o incentivo com atividades simples do dia-a-dia. O Cauan se sente o máximo quando peço ajuda dele, sou antenista. Ele também tem acompanhamento de fonoaudióloga e uma vez por semana, auxílio de uma professora no turno inverso ao da escola. Também, consegui contratar uma menina formada em Psicologia, que me auxilia com as atividades escolares, conferência dos cadernos e na realização de brincadeiras estimuladoras”, disse Cleomar.
Amo meu paizinho
Tanto carinho, é retribuído com o jeito carinhoso no qual Cauan fala do pai herói. “O pai me leva na praia, shopping, brinca comigo, me ajuda estudar, ir ao banheiro, tomar banho, compra pizza e me ensinou comer bife. Ainda, faz risoto de galinha e churrasco para mim, eu amo meu paizinho”, contou. Ele também não esconde o quanto gosta de música e estar com os amigos. Ama ouvir as bandas Passarela, Rainha Musical e PPA dePedro Paulo&Alex. “Eu também gosto de funk, sou amigo do Marcelinho do Pataço e vou com o meu pai comer churrasquinho do trailler do Mateus”, contou.
“Quando eu crescer vou trabalhar na rádio e falar bastante no microfone”
Cauan também é muito vaidoso, não sai de casa sem antes arrumar o cabelo e já revela suas ambições para o futuro. “Quando eu crescer vou trabalhar na rádio e falar bastante no microfone”, afirmou. O pai, orgulha-se: “Meu filho tem uma inteligência impressionante, só precisa de estímulos. Já está reconhecendo e escrevendo algumas letras e números, isso é gratificante. A evolução dele é relatada pelos professores e direção da escola. É difícil, mas eu abro mão de quase tudo na minha vida para ficar com ele. Contudo a alegria que dá quando eu coloco ele na van e logo me manda um beijo, não tem preço. Aprendo diariamente com ele. Muitos vezes, estou cansado em função da correria do dia-a-dia, mas com uma palavra ele me coloca lá em cima.”, finalizou Cleomar.
Fonte: http://jbvonline.com.br/s