Paralisia cerebral, um obstáculo a ser vencido
Conheça histórias de pessoas que foram estimuladas a conquistar uma vida quase comum
Por Priscila Sampaio (Revista Sentidos)
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Enquanto Nathalia projeta seu futuro, Emílio Figueira, 41 anos, já chegou ao ponto de realização profissional e pessoal. “Quando eu nasci, a vida me deu duas opções: viver triste, isolado e pelos cantos, lamentando por ser uma pessoa com deficiência, ou viver alegre, buscando todas as minhas possibilidades. Escolhi essa última!”.
A paralisia cerebral de Figueira foi provavelmente ocasionada por asfixia. A mãe de Emílio ficou em trabalho de parto por 13 horas, porque a equipe médica de plantão não quis atender de imediato uma paciente que possuía um médico particular, mas, nesse dia, o obstetra estava fora da cidade, e com essa demora o parto foi normal e levaram o bebê para o balão de oxigênio, já que não dava sinal de vida. Emílio Figueira era um bebê como os outros, até o dia das primeiras vacinas. Em um posto de saúde, o médico que iria aplicar as injeções percebeu que ele possuía um retardo motor e solicitou à mãe que o levasse para realizar exames que pudessem esclarecer sua dificuldade motora, foi quando diagnosticou-se a paralisia, que afetou sua fala e a toda coordenação motora, do caminhar aos movimentos das mãos.
Rotina
Antes mesmo de um ano de idade, Figueira já frequentava os centros de reabilitação, como a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de São Paulo. Sua rotina eram sessões de fisioterapia e terapia ocupacional, que exercitavam sua função motora para o dia a dia. Também fazia fonoaudiologia para desenvolver a fala. Todas essas modalidades eram voltadas para criar a sua independência. Aos cinco anos foi alfabetizado. De acordo com Figueira, ser alfabetizado antes da idade escolar foi determinante para sua carreira acadêmica. Hoje, possui diversos artigos científicos e livros publicados.
Com as sessões diárias de tratamento intenso, Figueira recuperou parcialmente a fala e conseguiu andar aos seis anos. “Ando até sozinho pelo Brasil inteiro. Devo isso ao envolvimento de toda a minha família. O início da reabilitação foi muito sofrida, eu pegava até nove conduções para ir ao centro, sempre no colo de algum parente. Até que consegui a vaga de aluno semi-interno na AACD e, assim, pude contar com o transporte oferecido pela instituição”, lembra.
Para manter essa vitalidade, ainda hoje ele faz hidroterapia para a manutenção do caminhar e do equilíbrio.
Figueira ressalta que os tratamentos desenvolvem não só os quesitos físicos, mas também a autoestima e o psicológico. “Para mim, o fundamental é o autoconhecimento que as sessões propõem, é ter consciência da minha realidade e deficiência, sabendo lidar com minhas limitações”.
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Fonte: Revista Sentidos