Pesquisa: deficiente ganha mais, mas cresce menos na empresa
A remuneração de pessoas com deficiência é maior do que a média de remuneração dos contratados não deficientes nas empresas, mas na medida que aumenta o número de funcionários essa diferença cai e o crescimento do deficiente na empresa fica limitado. A informação faz parte de pesquisa realizada pelo Espaço da Cidadania com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais de 2008.
“A remuneração média é maior para os trabalhadores com deficiência. Porém, enquanto os trabalhadores sem deficiência têm crescimento constante, de acordo com o crescimento do porte da empresa, há interrupção e decréscimo de remuneração dos trabalhadores com deficiência nos estabelecimentos obrigados a cumprir a lei de cotas”, explica o coordenador do Espaço da Cidadania, Carlos Clemente.
Nas empresas com dois vínculos profissionais de pessoas com deficiência, por exemplo, a remuneração média das mesmas foi de R$ 870,80, enquanto a média da remuneração de pessoas não deficientes foi de R$ 723,50.
(Veja: Cotas para inclusão de deficientes no mercado de trabalho não são cumpridas)
A diferença é maior nas empresas com cinco a nove vínculos ativos: remuneração de R$ 1.135 para pessoas com deficiência, e de R$ 864,20 para não deficientes. Também entre empresas com dez a 19 vínculos ativos a diferença de remuneração é de pouco mais de R$ 300. Os deficientes receberam, em média, R$ 1.313, e os não deficientes, R$ 1 mil.
O mesmo ocorreu na faixa de empresas com 50 a 99 vínculos. A partir daí, a diferença passa a ser menor, um pouco maior que R$ 100, e então as pessoas com deficiência começam a ter remuneração média inferior.
Em empresas com 500 a 999 vínculos ativos, a média de remuneração de pessoas com deficiência foi de R$ 1.572, enquanto a de pessoas não deficientes foi de R$ 1.822. Em companhias com mais de mil vínculos ativos, pessoas com deficiência obtiveram renda média de R$ 2.129, enquanto os não deficientes receberam R$ 1.492, segundo a pesquisa.
Fonte: Portal Terra (30/05/11)
Não adianta essa história paternalista de remunerar melhor por “peninha” se o governo não incentivar a escolaridade para os deficientes poderem competir pelo crescimento na empresa.