Pessoas com deficiência raramente ocupam cargos de liderança
Falta de confiança nesse profissional é principal razão, diz consultor
A falta de qualificação profissional das pessoas com deficiência é sempre a principal razão alegada pelas empresas para não contratá-las ou disponibilizar cargos aquém de suas capacidades, apenas para cumprir a cota estipulada em lei.
Para João Ribas, coordenador do Programa de Empregabilidade da Serasa Experian, o motivo para a delegação de funções básicas a esses profissionais com deficiência é a falta de confiança.
Temos poucas pessoas com deficiência em cargos de liderança. Primeiro, as empresas não estão acostumadas a investir na pessoa com deficiência. Preocupam-se mais em não pagar a multa, comenta Ribas.
Equipamento – Se os profissionais tivessem instrumentos que os ajudasse a alcançar as metas, como software para cegos, por exemplo, esses funcionários teriam a mesma oportunidade de mostrar seu verdadeiro potencial, complementa o coordenador.
A questão da confiança é fundamental, é uma mudança de cultura. Além disso, existe a dificuldade que a pessoa com deficiência tem de chegar à escola formal: não encontra professores preparados para lidar com a questão da diversidade, não há equipamento adequado.
Manual – Ribas cita um fórum inglês formado por empresários que mostram, justamente, que a questão da confiança é tida como um valor. O Employers’ Forum on Disability traz ainda uma série de manuais e dicas de etiqueta e de como as empresas podem integrar melhor os funcionários.
Para ensinar seus funcionários a lidar melhor com a questão da diversidade, a seguradora Tokio Marine desenvolveu o programa Trilha do Saber. De um lado treina as pessoas com deficiência, para que aprendam sobre o negócio da companhia, informática e trabalho em equipe. De outro, ensina gestores e colaboradores a como tratar os profissionais com deficiência.
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2008, há no mercado de trabalho 323,2 mil pessoas com deficiência, das 24,6 que existem no Brasil, de acordo com o Censo de 2000.
Fonte:http://economia.ig.com.br/ (27/07/10)
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É muito bacana os temas abordados na sua página, uma forma para que as pessoas possam enxergar a desigualdade que ainda existe.