População desrespeita e prefeituras não multam
O direito foi conquistado. As vagas estão demarcadas e a lei determina sanções. Mas a falta de educação prevalece e é difícil para o idoso ou deficiente estacionar o carro em qualquer uma das cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil). Por lei, os municípios devem reservar 5% das vagas para idosos e 2% para deficientes.
Em Santa Bárbara d’Oeste, a dona de casa Elizena Teixeira, 41, praticamente tem que brigar para estacionar o veículo onde transporta o marido e o sogro, deficientes visuais. “Eu tranco o carro da pessoa, chamo a Guarda e exijo que multe”, destacou, dizendo que na praça Coronel Luiz Alves, no Centro da cidade, é onde percebe mais abuso. “A procura por vagas é maior”, acredita.
Nas vezes em que ela não consegue parar na vaga reservada quem sofre é o deficiente. “Tem que parar longe e ir a pé. Imagina a dificuldade”, destacou. A reportagem esteve em diversos pontos da região com vagas reservadas e constatou que o abuso citado por Elizena é generalizado. Em Hortolândia até veículos oficiais da Prefeitura estacionam nas vagas reservadas que ficam bem em frente ao Paço Municipal. Apesar disso, a assessoria de imprensa informou que a administração municipal conta com a boa conduta dos motoristas em todo o município, “uma vez que os locais onde existem vagas especiais estão devidamente sinalizados”.
Na área central de Americana, se as monitoras da Zona Azul não dão um ‘puxãozinho de orelha’ o motorista estaciona mesmo nas vagas reservadas. Na quinta-feira, a reportagem presenciou um desses casos. Mesmo com a placa em frente à vaga e a demarcação no solo destacando a reserva para idoso, a proprietária de um Doblô estacionou na vaga que fica na esquina das ruas 7 de Setembro e 12 de Novembro. Só quando foi abordada pela monitora, que confirmou a falta de cadastro que dá direito à vaga especial, ela transferiu o veículo para a vaga da frente.
Em outra vaga na Rua 30 de Julho, um carro estava estacionado por pelo menos 20 minutos na vaga de idoso, sem o cartão municipal. E se não estacionam, os motoristas sempre dão um jeitinho de usufruir desses espaços. Na frente de uma agência bancária, também no Centro, dois veículos pararam para seus passageiros descerem e ficaram esperando com o pisca alerta ligado.
Mesmo que a parada seja rápida, esse tempo pode prejudicar, na opinião do vereador Celso Zoppi, que tem deficiência física. “Em cinco minutos alguém pode precisar”, observou.
Por isso, ele não se intimida em ‘esclarecer o ‘desavisado’ de que a vaga é específica para deficientes ou idosos. E já encontrou mau educados, como um jovem de cerca de 20 anos de idade que se recusou a tirar o veículo dizendo que seria rápido. “Eu falei que nesse tempo alguém poderia precisar, mas ele me respondeu: ‘problema dele'”, contou, achando falta de respeito. “A reserva de vaga não é por capricho ou privilégio. É necessidade”, defendeu.
Fonte: http://www.oliberalnet.com.br/ (22/08/2010)
Veja também nesse blog:
Vagas para pessoas com deficiência desrespeitadas no hipermercado Carrefour
Mais um flagrante – Shopping D. Pedro
Bradesco: desrespeito às vagas de estacionamento de pessoas com deficiência
Depoimento de um cadeirante desrespeitado e humilhado em vagas preferenciais
Câmera grava briga por vaga em estacionamento no RS
Acesse aqui e veja outras matérias sobre vagas de estacionamento para pessoas com deficiência.
Bom dia, Vera!
Passando para uma visitinha.
É uma tremenda falta de respeito e de educação. As pessoas, e a sociedade, não aprenderam ainda a respeitar o direito dos outros. Até se mudar essa cultura vai um longo tempo, creio eu.
Grande abraço, Vera!
Socorro Melo
Essa situação não é somente vivenciada pelas pessoas com deficiência da região do Polo Têxtil, mas sim pela maioria das PcD das cidades brasileiras.
Reservar 5% das vagas de estacionamento para PcD, sem fiscalização e multa, não resolve! Infelizmente a maioria da população somente respeitará estas vagas, quando for preciso "colocar a mão no bolso".
Você tem razão, Socorro. O processo de sensibilização e conscientização é a longo prazo. Mas aos poucos, ainda chegaremos lá…
Beijos, amiga!