Por um novo símbolo de deficiente e idoso
O símbolo da cadeira de rodas, conhecido como SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO, foi adotado pela Rehabilitation International (RI) em 1969, entidade não governamental com sede em Nova York, que congrega organizações nacionais e internacionais e possui status de órgão consultivo da ONU.
O desenho não poderia ser ambíguo. Sua forma deveria ser simples, porém estética; o significado, facilmente reconhecível; o desenho seria identificável mesmo a certa distância; sua reprodução, viável em todos os tamanhos e tipos de material. Venceu o de Susanne Koefoed, da Dinamarca. Que no começo era preto e branco e não tinha cabeça. Por sugestão do Comitê de Ajudas Técnicas da RI, foi acrescentada uma cabeça, o que resultou no símbolo adotado pela ONU e que o mundo inteiro conhece. Recentemente, ativistas têm se posicionado contra o desenho “ultrapassado”, em que mostra um deficiente passivo e ofuscado pela cadeira de rodas.
Se o antigo mostra mais a cadeira do que a pessoa, um novo desenho, de Sara Hendren, do Accessible Icon, agrada por mostrar um ágil deficiente e já foi adotado oficialmente na Índia e na cidade de Nova York. Enquanto isso, no Brasil, começa pelas redes sociais um movimento para a mudança do símbolo de IDOSO, que indica vagas para motorista e passageiros com mais de 60 anos. Afinal, de fato, você conhece algum tiozão de 60 anos que usa bengala e tem a coluna encurvada, como aponta o símbolo adotado? O símbolo aponta uma necessidade de vagas especiais aos que merecem estacionar perto. Muito sleeping bag, música de protesto [como “Andança”] em torno de fogueira e passeata pode até ter dado dor nas costas da geração hoje acima dos 60. Mas não precisavam avacalhar.
Fonte: Marcelo Rubens Paiva / Estadão
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