Preconceito e discriminação no Playcenter
Caro leitor,
A modelo com deficiência e atleta de basquete feminino, Paola Klokler, foi barrada no Playcenter, parque de diversão localizado na cidade de São Paulo. Veja abaixo o relato de Paola:
“No domingo (11/12) fui com alguns amigos ao Playcenter , um parque temático de SP, paguei ingresso entrei e lá dentro fui barrada!!!
Me passaram informação que eu não poderia utilizar nenhum brinquedo por ser deficiente, como você sabe utilizo apenas uma prótese que não me impede de fazer nada!!! Tenho autonomia para ir e vir sem auxilio de ninguém e sempre frequentei este tipo de parque e isso nunca ocorreu!!! Normalmente eu não podia ir em um ou dois brinquedos , mas nunca fui vetada de utilizar a todos!!! Isso é discriminação!!! A lei garante que o deficiente participe de tudo, e que o estabelecimento esteja adaptado a ele!! Mas eu fui obrigada a ouvir, que se o brinquedo parasse eu não teria como sair dele e o parque seria obrigado a chamar o resgate!!! Afinal não é função do parque ter esse tipo de serviço??? Será que eu não tenho o direito de participar com meus amigos por não ter uma perna??? É correto generalizar todas as deficiências e excluir esse tipo de público? Fora que no site deles não existem informações. Diante disso o correto seria colocar bem grande no site PROIBIDA A ENTRADA DE DEFICIENTES!!! Seria muito menos humilhante!!!”
Segundo Paola, ela somente teve acesso aos brinquedos infantis do parque.
É impressionante a dificuldade que há no Brasil para o cumprimento da lei de acessibilidade. Há diversas leis que se preocupam com a pessoa com deficiência, entretanto o que falta é colocar essas leis em prática. Certamente o Playcenter deve ter conhecimento das leis 11.982 e 10.098 que se referem a adaptação dos brinquedos e equipamentos para possibilitar a acessibilidade às pessoas com mobilidade reduzida. Essa lei é válida para áreas públicas e privadas e a adaptação deve ser feita, no mínimo, 5% de cada brinquedo ou equipamento. Contudo e pelo visto, no parque Playcenter esta lei não está sendo cumprida. Se não está sendo cumprida é porque não há fiscalização por parte do poder público.
Uma outra questão é sobre o relato da Paola em relação a pessoa sem deficiência. Segundo a funcionária do parque, se o brinquedo onde a Paola estivesse parasse de funcionar, eles teriam que chamar o resgate. Isso significa que uma pessoa sem deficiência não tem direito a um resgate? Por falar em resgate, será que as normas de segurança da ABNT estão sendo cumpridas nesse parque? (Nota do Blog Deficiente Ciente- 13/12/11).
Vou mandar esse link para conhecimento dos gerentes do parque, vamos ver a resposta que eles vão dar.
Ótimo, Valeska! Farei o mesmo…
Beijos,
Feito Vera. Estou esperando a resposta deles.
Também enviei, Valeska. Vamos aguardar.
Gostaria de adicionar na matéria que o médico responsável Senhor Ricardo Fervorini na data deste lamentável episódio, disse que deficiente é tudo igual e são generalizados, que todas as deficiências são iguais e na normas da ABNT que entrou em vigor em março diz: que cada caso tem que ser avaliado no caso de deficiente físico… E nas placas dos brinquedos consta : NÃO É RECOMENDADO … isso diz que não é proibido ……….fomos tratados que nem lixos .
Os funcionários confirmaram que sempre liberaram os brinquedos e que na data de 29 de novembro de 2011 ,dia que o parque libera para os deficientes como simbolo da diversidade e de inclusão não existiu nenhuma proibição … Tenho esta informação gravada de uma funcionária do próprio parque ……… O gerente nem satisfação deu , somente a funcionária Mércia Renata (ANALISTA DE SERVIÇOS) que cuida da exclusão de deficientes do parque….Espero que uma medida seja tomada , para que isso não aconteça mais ….
Suelen, tem como disponibilizar essa gravação para publicação? Quantas pessoas com deficiência estavam juntas com a Paola e foram humilhadas da mesma forma?
Mandei e-mail para o Playcenter, até o momento não mandaram nenhuma resposta.
Valeska,
Veja abaixo um email encaminhado pelo primo da Paola ao Playcenter. Observe a resposta que eles deram.
“Queria comunicar a direção do playcenter, que uma prima minha,
deficiente física, que sofre de má formação congênita do membro
inferior direito, foi abordada na porta do parque por um funcionário
do mesmo, dizendo que caso entrasse, só poderia andar nos brinquedos
para crianças. Que eu saiba, não é proibido o acesso de certos tipos
de deficientes (como os que sofrem de má formação congênita do membro
inferior direito) as atrações do parque. A ação do funcionário foi de
certa forma humilhante, e queria que fosse tomada uma providencia para
esse caso. Por favor me responda”. João Marcelo Romero Lopes
E me responderam assim:
Bom dia!
João,
Tudo depende da adaptação as travas dos brinquedos e normas de
seguranças do parque. Logo na entrada do Playcenter, a pessoa é
orientada por um monitor sobre quais brinquedos poderá utilizar.
Inclusive, o Playcenter criou alguns padrões para seu maior conforto
dentro do parque.
Afim de garantir a segurança, pedimos aos visitantes com necessidades
especiais que estejam acompanhados em todas as atrações.
Entre em contato com o SAV – Atendimento ao visitante:
Serviço de Atendimento ao Visitante – SAV.
(11) 2244-6210 ou 6214
Adm.sav@playcenter.com.br
Quarta á Domingo
9h ás 17h
Agradecemos seu contato!
Atenciosamente,
Rosiane.
Para que pessoas com deficiência tenham os seus direitos garantidos, esse povo tem que levar um belo de um processo. Só quando eles sentirem no bolso vão tomar alguma providência. Nenhum ser humano é lixo, esse é um assunto que não pode ficar por isso mesmo.
Impressionante como as instituições, sejam elas prestadoras de serviços, públicas ou de lazer, ainda estão despreparadas para a aceitação dos portadores de necessidades especiais. Uma vergonha a atitude do Playcenter, e uma total falta de sensibilidade na abordagem feita à Paola, uma menina tão batalhadora e determinada, que jamais deveria ter passado por tal constrangimento.
É vergonhoso vermos casos de pessoas c def tendo q passar por certos constrangimentos como esse enfrentado pela paola no play center. e tudo isso pq só queria se divertir como qualquer outra pessoa, afinal nós pessoas c def tbm temos esse direito de nos divertirmos..em 2007 eu e uma amiga muletante fomos nesse mesmo parque e na entrada fomos informadas de que muitos brinquedos não estariam disponiveis, eu não sabia pois era a primeira vez depois de adulta que ia a um parque assim.. qndo criança nos parques q ia sempre a minha cidade nunca fui barrada em nenhum brinquedo. fiquei muito triste afinal sai de Americana pra ir a S. Paulo me divertir e lá tenho essa informação..e … como não sou criança acabei não indo em nenhum brinquedo…
isso tem q acabar.. medidas tem q ser tomadas pra que outras pessoas não passem por essa HUMILHAÇÃO..
OLÁ VALESKA, AS GRAVAÇÕES QUE TENHO SÃO DE INFORMAÇÕES DE FUNCIONÁRIOS DO PLAYCENTER QUE INVIABILIZAM AS DECLARAÇÕES DADAS PELOS QUE BARRARAM A PAOLA, MAS DISPONIBILIZAREMOS TUDO O QUE TIVERMOS ME MANDE UM EMAIL edfisicasuelen@hotmail.com. .
É inaceitável termos que passar por uma situação como estas nos dias de hoje…
é humilhante !!!
Valeska meu contato me mande um email: edfisicasuelen@hotmail.com
Tem coisas que passam os limites da palhaçada, e essa é uma delas. Paola, mete um processo por danos morais…
Vera, eu ainda não recebi nenhuma resposta do e-mail que mandei. A resposta que o primo da Paola recebeu é muito vaga. Concordo com o Daniel, Paola tem que abrir processo, só assim as coisas vão tomar outro caminho. Não pode ficar assim, alguma coisa tem que ser feita.
Suelen, vou entrar em contato com você por e-mail.
Valeska, até o momento não recebi nenhuma resposta da administração do Playcenter.
Valeska enviei um e-mail duas vezes para o playcenter e não obtive resposta tb , temos que agir , para ter uma resposta do parque
Eu me chamo Ione, sou mãe de uma criança especial, minha filha, frequentava o Playcenter desde os 4 anos, e desde agosto do ano passado, Rebeca esta proibida de brincar no parque. eles alegam que foram normas da ABNT que entraram no parque, falaram para mim que cadeirante a partir de agora só poderia ir nos brinquedos com suas próprias pernas????? Minha filha brincava em todos os brinquedos e todas as desculpas que vcs ouviram eu também ouvi. minha filha fez em fevereiro 12 anos,era conhecida no parque , sua vida era dentro deste parque e agora? lei? direito? Vou levar o caso agora para a vara da infância e juventude. Sinto muito , muito mesmo pela humilhação que vcs passaram,eu passei e minha família também passou, peço a vcs que lutem pelos seus direitos . Agora sei que não estou só. Vamos nos unir? Acredito que toda esta humilhação e sofrimento, no futuro se transformara em direito e respeito bjs
Tambem passamos por isto hoje (08/09/2012) no playland do Shopping União. Minha filha de 14 anos com Deficiência fisica, foi impedida de entrar no Barco Viking, brinquedo que ela já brincou anteriormente, inclusive a cerca de 01 mês e meio atrás, porém hoje, não deixaram. Fiquei indignada, pois claramente nos sentimos discriminadas. A deficiência dela não a impede de fazer nada, ela anda, fala, se locomove sozinha, só tem um pouco de dificuldade em degraus, mas eu entraria junto no brinquedo com ela. Então achei descabida a atitude do parque.
Mandei um e-mail exigindo satisfação e a lei onde está escrito que é proibido as pessoas com deficiencias de brincar e se divertir.
Concordo com você Regina. A lei sobre Acessibilidade existe desde 2004. Casos como o seu devem ser denunciados ao Ministério Público para que a legislação seja cumprida.
Abraço,