Profissionais com deficiência devem se aliar às empresas
No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado hoje (21 de setembro), a questão da inserção do deficiente no mercado de trabalho é um dos pontos mais discutidos.
A lei de cotas, criada em 1991 e regulamentada em 1999, foi o primeiro passo para uma mudança de postura das empresas. Mas a evolução do mercado de trabalho para pessoas com deficiência também depende, em grande parte, do profissional. “A maior dificuldade da pessoa com deficiência é a autoaceitação. Quando vence isso, ela consegue avançar”, acredita o químico Thiago Caro Cenjor.
Cadeirante há nove anos, Cenjor trabalha como técnico de laboratório especializado em uma multinacional e acredita que as empresas recebem a pessoa com deficiência cada vez melhor. “Elas fazem de tudo para o profissional se sentir bem e conseguem atingir esse objetivo”, afirma.
Entretanto, Cenjor acredita que o profissional também deve colaborar e estabelecer uma relação transparente com a companhia para melhorar suas condições de trabalho. “Fui o primeiro deficiente físico contratado e participei de muitas adaptações do ambiente, como a indicação de construção de rampas, ajuste de portas etc”, diz. “É importante expor sua opinião e ajudar a empresa a evoluir, pois isso trará benefícios para outros profissionais como necessidades especiais”, afirma.
Ampliando as oportunidades
Na opinião do profissional, outro ponto fundamental é a qualificação. “O primeiro passo é buscar o que gosta de fazer e ir atrás de cursos”, diz. Com fluência em inglês e em espanhol, Cenjor deve iniciar em breve uma especialização. “Acabei de mudar de área e ainda estou avaliando qual curso é o mais adequado para o avanço da minha carreira”, explica.
Na opinião de Maria de Fátima e Silva, analista do Projeto Conexão – programa voltado a capacitação e inserção do jovem no mercado de trabalho – assim como qualquer outro profissional, a pessoa com deficiência deve investir na qualificação. “É importante que ela entenda seus pontos fortes e aposte nisso. O mercado é competitivo e para crescer profissionalmente é preciso se atualizar”, afirma.
Priscila Salgado, gerente da divisão de Pessoas com Deficiências da empresa de recrutamento Page Personnel, concorda. “Profissionais qualificados têm muito mais oportunidade. Pós-graduação e fluência em outro idioma são grandes diferenciais.” Priscila também destaca que na medida em que aumenta o grau de exigência, a remuneração melhora. “Com isso, o funcionário tem cada vez mais condições de investir na sua especialização”, diz.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2009, do Ministério do Trabalho, mostram que quanto maior o grau de instrução melhor a remuneração. Além disso, a média salarial dos deficientes, de R$ 1670, é um pouco superior à média dos rendimentos do total de vínculos formais, de R$ 1.595.
Por outro lado, o estudo revelou queda no número de trabalhadores com deficiência. De acordo com os dados da Rais, do total de 41,2 milhões de vínculos ativos em 31 de dezembro, 288,6 mil foram declarados como pessoas com deficiência, representando 0,7% do total de vínculos empregatícios. Em 2008 eram 323,2 mil vínculos.
Fonte: http://economia.ig.com.br/
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