Psicólogo com atrofia muscular cria método para digitar e conclui mestrado
O psicólogo Cláudio Luciano Dusik, 36, defendeu na manhã dessa terça-feira (26) dissertação de mestrado em que aplica a metodologia que ele mesmo criou para superar as limitações de uma doença congênita. Dusik, 36, tem atrofia muscular espinhal, doença genética que causa degeneração dos neurônios motores.
A dissertação “Tecnologia virtual silábico-alfabético: tecnologia assistida para pessoas com deficiência” foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Ele foi o primeiro aluno com deficiência física a concluir mestrado no programa.
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Desde a infância, o psicólogo vem paulatinamente perdendo os movimentos de pernas e braços – hoje ele conserva ativos, e ainda assim parcialmente, apenas a cabeça e a mão esquerda. A atividade cognitiva permanece intacta.
A tecnologia exposta na dissertação de mestrado permite que ele utilize o mouse para digitar e acessar conteúdos na internet apenas com o movimento de um dedo. O aplicativo desenvolvido por Dusik, um autodidata em computação, é usado por outras cinco pessoas com limitações físicas a partir de pequenas adaptações. Atualmente, ele atua como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil.
Difícil inclusão
Na dissertação, Cláudio detalhou o teclado virtual que utilizava em casa para superar as limitações da doença. Diagnosticado ainda criança, o agora mestre em educação enfrentou inúmeras dificuldades para estudar junto com alunos normais e superar a expectativa de morte iminente. Sob orientação da professora Lucila Maria Costi Santarosa, a dissertação sistematizou a nova tecnologia assistida – o aplicativo de um teclado virtual – e relatou os casos de cinco usurários que se beneficiam do método.
Claudio, que mora na região metropolitana de Porto Alegre, conta que desenvolveu o sistema para poder concluir os estudos de psicologia, já que a doença se agravou nesse período. O estudante começou a pesquisar alternativas em compêndios de informática que lia nos intervalos da aula e nas madrugadas. O método consiste num programa que seleciona letras, sílabas e palavras na tela a partir de apenas um toque no mouse.
O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitam do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.
O uso da cadeira de rodas não impediu Dusik de levar adiante sua pesquisa. Nos deslocamentos de Esteio até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila foram realizadas pelo Skype para que ele não precisasse se deslocar até a Faculdade de Educação.
A mãe de Cláudio, Elza Arnoldo, festejou a conquista. “Ele é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio e enfrentar as batalhas do mundo. Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a quatorze anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado”, disse Elza.
Fonte: UOL Educação, Flávio Ilha
Parabéns ao Cláudio e a todos que tornaram possíveis a realização desse objetivo que parecía inatingível. Um exemplo para toda as pessoas que se limitam diante de dificuldades ínfimas em comparação ao caso desse rapaz.
eu tenho amitrofia espinhal,efiquei muito feliz em ler sobrealguém guerreiro,com uma mãe guerreira que apoia seu filho ótimo!
parabéns ao CLAÚDIO LUCIANO DUSIK!
Meu Deus,não tenho nem palavras .
mãe vc é uma vitoriosa!cláudio vc é um grande exemplo!parabéns