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Salário permite planejar o futuro, diz deficiente auditivo

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Douglas busca agora uma autoescola
Douglas busca agora uma autoescola

“Ter um emprego e salário permite que eu sonhe com o futuro e planeje coisas”. A frase é de Douglas Fernandes dos Santos, 20 anos, deficiente auditivo que enfrentou muitas dificuldades para conseguir estudar.

Até os 10 anos, Douglas estudava em escola de ouvintes, sem intérprete. Ele perdia boa parte do conteúdo apresentado na sala de aula, o que o desestimulava. Aos 11 anos ele foi encaminhado a uma escola para surdos, onde recuperou o tempo perdido.

Douglas se formou no Ensino Médio e fez curso técnico em informática. Entrar no mercado de trabalho, no entanto, não pareceu tão fácil como imaginava. “Todas as vagas que encontrava eram muito operacionais, não precisava ter estudado para aquilo, queria algo mais, onde eu pudesse crescer”, explica.

Ao mesmo tempo, Douglas teve dificuldade para encontrar uma especialização em Tecnologia da Informação ¿ seu sonho – para não ouvintes. Apenas aos 20 anos ele achou uma oportunidade de trabalho que entende adequada a sua formação. Douglas se inscreveu no curso da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) e foi contratado pela Resource enquanto aperfeiçoa sua formação.

Agora Douglas tem salário próprio, está ansioso para o momento em que começará a atuar na companhia, e já tem planos para continuar investindo em sua formação profissional. Com carteira assinada, ele já começou uma poupança para viajar e visitar feiras de TI. “O melhor de estar empregado, é que posso projetar coisas para o meu futuro. Fazer planos”, diz.

Enquanto não viaja, o jovem aproveita os recursos próprios para adquirir livros na área em que se especializa. “Não preciso mais pedir dinheiro para minha mãe. Posso escolher comprar um livro ou alguma outra coisa para mim”, afirma. Outro sonho de Douglas, no entanto, ainda está suspenso. Ainda não encontrou uma autoescola que tenha intérprete ou que aceite contratar um tradutor de libras para auxiliá-lo. A decepção, no entanto, não o faz desanimar: “nós, os surdos, precisamos continuar nos organizando para exigir maior acessibilidade”.

Fonte: Portal Terra (01/08/11)

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

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