São Paulo tem só 35 táxis acessíveis para uso de cadeirantes
Lançado com alarde pela Prefeitura de São Paulo no início de 2009, o programa de táxis acessíveis patina. De 80 alvarás previstos para carros adaptados, só 35 estão em uso –a frota de táxis na cidade é de 32.611 veículos e o número de pessoas com deficiências supera 1 milhão.
Os motoristas reclamam que, além de terem de gastar R$ 32 mil em adaptações, acabam punidos pelo poder público: muitos passaram a pagar IPVA, imposto do qual o taxista paulistano é isento.
Quando o programa começou, o taxista Marcelo Freitas, 38, foi um dos primeiros a circular com seu carro de teto elevado, piso especial e elevador para cadeirantes.
Há um mês, pensou: “Deixa eu sair logo, enquanto dá tempo”. Desistiu do negócio. “Estava dando prejuízo e dor de cabeça, eu não queria ficar com o nome sujo”, diz.
Não existe divulgação dos serviços nem pontos de atendimento especiais. Dos 35 táxis adaptados, dez são motoristas autônomos e 25 fazem parte de frotas, segundo a prefeitura.
De acordo com Ricardo Auriemma, 40, presidente da associação das frotas de táxi, o serviço ainda não dá lucro, mas também já não dá mais prejuízo para as empresas.
Pessoas com deficiência que querem ou precisam usar táxi acessível agendam a corrida até um dia antes para não ficarem na mão.
A analista de sistemas Sandra Maciel, 64, vice-presidente de uma ONG voltada para deficientes visuais, não consegue usar outro tipo de veículo, por causa da má formação óssea congênita que fragiliza seu corpo. “A rotina é ficar esperando”, diz ela.
O problema já foi constatado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida há cerca de um ano, segundo o chefe da pasta, Marcos Belizário.
Para ele, todos taxistas e usuários têm razão. Ele defende que se faça um novo sorteio de alvarás, com novas regras, atendendo a algumas das demandas dos taxistas, como criação de pontos em locais estratégicos, como hospitais e clínicas de reabilitação e subsídio inicial.
Segundo ele, a proposta já foi levada à Secretaria Municipal dos Transportes, responsável pelas mudanças.
A pasta dos Transportes afirma que os pontos específicos para táxis acessíveis estão em estudo, mas descarta dar subsídio na semana passada houve uma primeira reunião com a categoria.
A secretaria não comentou a falta de adesão ao projeto.
A Secretaria de Estado da Fazenda disse que os taxistas voltaram a pagar o IPVA porque, na hora da adaptação, a empresa que fez o serviço classificou o veículo indevidamente como “misto”, submetendo-o ao imposto.
Motoristas que tiveram esse problema podem pedir a isenção, que passará a valer para o exercício seguinte.
Fonte: http://www.24horasnews.com.br/
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