Sistema desenvolvido pela Unicamp interpreta sinais elétricos do cérebro
Esse produto já pode ser adquirido e utilizado pelas pessoas que necessitam (veja informação ao final desse post).
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Imagine comandar um computador apenas com a força do pensamento. Parece história de ficção científica, mas já é pura realidade e pode representar o maior avanço tecnológico dos últimos tempos. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o sistema, chamado de Ecolig, interpreta os sinais elétricos emitidos pelo cérebro e os transforma em comandos, por meio de uma interface sem fio, indolor e não invasiva — um capacete com eletrodos.
O que torna possível esse sistema é a forma como funciona o cérebro humano. Ele tem células nervosas, chamadas neurônios, que são interligadas. Os neurônios trabalham à base de pequenos sinais elétricos transmitidos entre eles. Ou seja, o pensamento nada mais é do que um sinal elétrico. Os eletrodos podem ler os sinais elétricos do cérebro. Eles medem a cada minuto as diferenças de voltagem entre os neurônios e o sinal é ampliado e filtrado. “O Ecolig capta esses sinais, manda para um receptor que os codifica e esse código é interpretado por um programa específico”, explica o autor do sistema, Paulo Victor de Oliveira Miguel.
Esse é o mesmo princípio do eletroencefalograma. A novidade está na criação do decodificador desses sinais. “Essa nova linguagem, associada a signos, pode ser utilizada para o desenvolvimento de soluções inovadoras em usabilidade e acessibilidade, apresentando-se como uma alternativa à linguagem textual, seja na utilização de letras (teclas) ou números (dígitos) para transferência de uma informação ou de um comando”, explica Gilmar Barreto, orientador de Paulo Victor.
Segundo os cientistas, o Ecolig pode oferecer mais uma alternativa de comunicação, dispensando a intermediação de artefatos mecânicos, biológicos ou artificiais. A nova modalidade pode incluir pessoas com deficiências físicas e ampliar a interação do homem com os ambientes por meio dos dispositivos eletroeletrônicos. “Pessoas com paralisia ou deficiências poderão se comunicar melhor com o mundo e se tornar mais independentes”, afirma Miguel.
Segunda fase
O estudo, que começou há três anos, foi o tema principal de uma tese de doutorado de Paulo Victor, defendida na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp. Ele é dividido em três fases. A primeira — o desenvolvimento do hardware e do software e os testes funcionais — já foi concluída. Agora, os pesquisadores entram na segunda fase e testam a aplicação do Ecolig em pessoas com doenças degenerativas e restrições de funções cerebrais, como um derrame.
Os primeiro testes foram com tetraplégicos — indivíduos que mexem apenas a cabeça. Segundo Miguel, os voluntários conseguiram escrever em um teclado virtual, navegar na internet, utilizar o Google Maps e abrir programas de computador (como o Word). “Todos aprovaram o sistema. Foi um sucesso”, comemora o engenheiro eletrônico.
Como nem tudo é tão simples quanto parece, as pessoas que utilizam o Ecolig precisam passar por um treinamento de 10 dias, para saber como funciona o sistema. “Os voluntários precisam aprender a ‘pensar’ no comando que querem dar ao Ecolig e o sistema precisa aprender a interpretar aquele pensamento, para torná-lo um comando”, explica Miguel. “É o ser humano ensinando à máquina e vice-versa. Uma espécie de troca de informações”, resume o orientador de Miguel.
Além do aspecto de inclusão, o sistema abre a possibilidade de se comunicar com elementos micro e manométricos, que podem incorporar interfaces capazes de receber e interpretar os comandos gerados via Ecolig. Será possível, então, usar a força da mente para fazer uma chamada no celular, por exemplo. “Basta o desenvolvimento de tecnologia para receber o Ecolig nesses aparelhos”, disse Miguel.
Futuro
A novidade também permite fazer um exercício de futurologia. Segundo os pesquisadores, em alguns anos vai ser possível usar a força do pensamento para, por exemplo, fazer coisas tão prosaicas quanto acender as luzes de casa ou ligar a televisão sem o uso do controle remoto. Os possíveis usos da tecnologia serão quase ilimitados. Tudo vai ser controlado com o poder da mente.
Na medicina, por exemplo, em vez de uma mão mecânica, os usuários deficientes poderão ter braços mecânicos acoplados a seus próprios corpos, permitindo que eles mexam e interajam diretamente com o ambiente.
Acesse aqui e assista o vídeo da EPTV Campinas.
Segundo o prof. Paulo Miguel, criador do projeto, ele e sua equipe estão formando grupos de pessoas interessadas para solicitar a fabricação que precisa ser feita em lotes de pelo menos 120 unidades.
O custo para o usuário é de 1.990,00 (Um mil novecentos e noventa reais) e o prazo de entrega é de até 90 dias.
Os pedidos poderão ser efetuados diretamente através do endereço www.meligue.com a partir do dia 16/01/2011.
Pretende-se formar turmas para treinamento de enfermeiros e assistentes que possam apoiar as pessoas que necessitam, com maior qualidade profissional. E também estender o trabalho fazendo parceria com instituições de assistência como a AACD e outras.
Veja também nesse blog:
Paraplegia e Tetraplegia- Parte 1
Interessantíssimo, sob todos os aspectos!
Realmente, Paulo.
Segundo o prof. Paulo Miguel, ele pretende criar turmas especiais de treinamento para assistentes e usuários, além de criar programas especiais para inclusão.
Certamente esta inovação tecnológica ajudará muitas pessoas com paralisia ou deficiência física.
É fascinante ver como o mundo evolui e a tecnologia é utilizada a nosso favor… É maravilhoso este projeto…
Verinha, espero que tenhas tido uma excelente passagem de ano e que 2011 só lhe traga coisas boas (mais ainda!!)
Um beijão do tamanho do mundo pra vc!!!
Regina,
Saudades de você…
Passei um ano maravilhoso ao lado da família. E você, querida??
Um beijão para você também!
Eu também, minha amiga… família é o nosso porto seguro, a força que nos impulsiona para a vida…
Um beijo!! Saudades…
Aos que perguntaram sobre palestras/treinamento relativos à tecnologia http://www.meligue.com , favor escrever para treinamento@emotiv.net.br
Minha mãe não fala em decorrencia de esclerose lateral amiotrofica. Esse aparelho funciona para ela?
olá! Vera,
tenho interesse em adquirir esta solução para me auxiliar no trabalho.
estou com um problema neuromuscular que me reduziu a força e os movimentos.
não estou conseguindo contato com o prof.
por favor, dá uma “maozinha”.
obrigado.
Oi Marcos!
Veja se consegue falar com ele através desses emails:
pvictor@dmcsi.fee.unicamp.br
paulo@cotuca.unicamp.br
Obrigado, Vera.