Mercado de Trabalho

Sobre o sistema de cotas para emprego da pessoa com deficiência

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Por Sonia Dezute e José Deoclécio de Oliveira

É notório que o sistema de cotas que empregam pessoas com deficiências no mercado de trabalho não é cumprida pelos empregadores na sua totalidade. Há informações que a maioria dos empresários só empregam pessoas com deficiências leves e com qualificação profissional. A maioria dos cadeirantes, os com déficit intelectual, cegos e surdos são rejeitados. Quando as cotas não são preenchidas alega-se que não há candidatos disponíveis; um verdadeiro “jogo de empurra” que as autoridades competentes “engolem”. Existem ONGs que capacitam essas pessoas, mas na hora de empregá-las sempre são escolhidas as que têm melhores condições motoras.

Os empresários não têm preocupação nenhuma com o mínimo de investimento em pequenas adaptações nos seus espaços físicos. Está na hora de mudar esta postura, pois já foi mais que provado que a pessoa com deficiência é tão eficiente ou mais que o trabalhador comum.

Já se fala em diminuir a porcentagem das cotas porque nunca se preenche as vagas, mas não se discute que a pessoa com deficiência também tem obstáculos para vencer a gama de barreiras que permeiam suas vidas.

Quase também não se vê deficientes em altos cargos, exercendo profissões aprendidas em universidades porque a esta parcela sempre é atribuído empregos fora de suas áreas de formação. Aqueles que conseguem alguma notoriedade, geralmente já vêm de famílias abastadas e não passam pelas dificuldades que a pobreza impõe; não cuidam de afazeres domésticos ou nunca entraram num coletivo tendo que andar por calçadas esburacadas sem espaço. O deficiente que luta pela sobrevivência não tem cuidador e muitas vezes é obrigado a cuidar dos próprios filhos ou de seus pais já idosos e debilitados. Não há glamour no meio da classe mais pobre e ninguém vai vê-lo nas telas e no meio político, a menos que façam parte de uma classe privilegiada que recebem um “empurrãozinho” vindo de seu próprio meio.

As entidades que “formam” profissionais com deficiência proporcionam cursos de capacitação bastante limitados em relação à capacidade de cada um. Algumas entidades acabam ficando com parte dos salários deste trabalhador porque se intitulam ser de caráter filantrópico. O que falta é maior fiscalização sobre os empregadores que apenas fingem contratar. Faltam investimentos na formação desta parcela da sociedade de acordo com sua necessidade e de sua capacidade.

Veja:

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

6 comentários sobre “Sobre o sistema de cotas para emprego da pessoa com deficiência

  • Parabéns ao Deoclécio e Soninha! Infelizmente essa é a verdade nua e crua. É uma vergonha!
    Vale lembrar que ainda são poucas as ofertas de trabalho para pessoas com deficiência em cargos de liderança. A maior parte das vagas são operacionais.

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  • Parabéns Soninha e Deoclécio pelo texto tão bem elaborado.

    Realmente ou, infelizmente, essa é a realidade que, nós, deficientes físicos, vivemos neste país. Porém, como costumo dizer, nem td está perdido…..temos que ir à luta, temos que abrir a boca pra garantirmos nossos direitos.

    Pessoas como vcs fazem diferença.

    Abraços.

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  • Algumas pessoas tem a mente fechada infelizmente e não veem as oportunidades que podem ter, ou às vezes só veem qndo outros já conseguiu.
    O que mais ouço de outros deficientes é: Como vc conseguiu entrar no banco?

    Meu sonho era trabalhar no banco em janeiro do ano passado sofri um acidente e vim a ficar deficiente. Em novembro já estava participando de entrevistas fora da minha cidade e esse ano consegui a vaga efetivada que qria aqui em minha cidade. Fiz tudo isso com mta determinação e foco, corri atrás dos gerentes, pessoas que nem conhecia.

    Quem quer consegue msm q seja começando por baixo na area operacional, porém visando sempre um cargo melhor. Tem que saber oq qr.

    As oportunidades estão ali, não adianta chorar, pode ser qlqr a conquista-lás.

    obs.: Não sou rica, estudei escola publica, vou pro trabalho de onibus, tenho casa pra arrumar e roupa pra lavar e fisioterapia pra pagar. rs

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  • Vera Garcia, nós agradecemos a oportunidade de postar este texto é uma forma de contribuir com o segmento das PCD, e chamar a sociedade para uma reflexão em respeitar os direitos que todos precisam trabalhar e também que as pessoas continuem lutando e buscando este direto. Obrigado a todos amigos em participarem desde debate. Abraços!

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  • Grande mensagem pelos escritores do blog. Mas vou dizer uma coisa a todos que possuem algum tipo de deficiência, um texto desse é um tapa na cara dos políticos que olham isto e fingem que não está acontecendo nada, isto é brincadeira viu pessoal. Que país é esse que se cala diante de uma situação dessas..VERGONHA Brasil!

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  • realmente é uma vergonha uma lei como essa de cotas, uma lei que ja nasceu morta e as autoridades so se falam dela na epoca de eleições. Essa lei deveria ser revista e os governantes sejam municipais, estadual ou federal deveria não só fiscalisar como tambem dar insentivos fiscais para as empresas, para aja um maior enterece em contratar e tembem começar a fiscalisar prinpalmente os orgãos publicos que teria que ser os primeiros a dar exemplo .Fernando Fernandes deficiente fisico de Pimrnta MG

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