Tecnologia muito distante do bolso
Feira de Reabilitação mostra equipamentos futuristas. Mas cadeirantes reclamam dos preços.
Eduardo Athayde / Especial para o Diário
Uma cadeira de rodas com suspensão eletrônica que encara qualquer terreno acidentado e calçadas esburacadas. Ou outra com amortecedor e controle remoto. Os produtos e as novas tecnologias, apresentadas na 12ª Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, que terminou neste domingo no Centro de Convenções Imigrantes, Zona Sul, ainda são somente sonhos distantes do bolso da maioria dos brasileiros.
A primeira custa R$ 12 mil. A segunda chega a R$ 16 mil. As novidades atraem olhares, mas os preços deixaram muitos frequentadores assustados. “As cadeiras de roda melhores não saem por menos de R$ 6 mil. É um preço muito salgado”, disse Debora Rulaowski.
Fernando Arcebispo não tem as duas pernas e usa um skate velho para se locomover . “A gente vem aqui (feira), olha esse monte de cadeiras bonitas, equipamentos de primeira, mas depois sai daqui e tudo acaba. É meio um mundo de faz de conta”, diz.
Surdos
A Prefeitura de São Paulo anunciou, na feira, a abertura de 50 postos para surdos e mudos na cidade. O objetivo é fazer os deficientes terem acesso a intérpretes da língua de sinais que os conduzam a espaços públicos onde não há quem saiba se comunicar em libras (língua brasileira de sinais). Assim, o governo municipal pretende facilitar a comunicação dos surdos e mudos. Apesar da promessa, o governo não divulgou datas nem os locais desses postos.
Fonte: Rede Bom Dia
realmente é um mundo de faz de contas para a grande maioria… deficiente no brasil, no meu caso cadeirante, tem que ser milionário… por isso escolhi a engenharia. Vou resolver meus problemas eu mesmo… e se eu ajudar alguém no processo… ótimo =]
Eduardo, parabéns pela coragem de se manifestar diante de “assuntos proíbidos”. Estamos vivendo realmente esse “mundo de faz de contas” porque é um mundo dirigido pelas elites e usufruido por ela. As associações de deficientes fretam ônibus para levar uma multidão para esses eventos, dando-se a impressão de que as tecnologias contemplam a todos. Enquanto isso a tristeza e depressão nos assolam quando percebemos que “não é para nosso bico”, fica como prêmio de consolação o passeio e o ambiente de glamour destes estabelecimentos. As empresas encontram seu nicho largamente lucrativo e o governo nos acena com um empréstimo a juros módicos, mas não resolve para a grande maioria de nós. Enquanto isso os mais privilegiados aparecem nas colunas de revistas e jornais com suas aquisições e liderando altos cargos, inclusive políticos e midiáticos. Estes desfilam suas aquisições, promessas políticas, modelos a serem seguidos. Não é justo, é perverso!
Tenho 31 anos de cadeira de roda.nunca fiz faculdade, mais desde de cedo aprendi que: Quem não tem cachorro caça com gato. Eu fabriquei tudo que uso no dia a dia, o meu triciclo 200cc,não perde para estas tecnologia moderna que geralmente funciona quando está novo, e quando fica com defeito! ai sim! cadê os técnicos… como diz o Erick, só milionário.