Temple Grandin, a autista Ph.D
Veja a opinião do colunista Artur, do Blog do Xexéo, e da Revista Época sobre o filme Temple Grandin.
Tudo indicava que o Emmy, entregue na noite de domingo, seria uma briga entre as séries cômicas “Glee” e “Modern family”. E foi mesmo. Cada uma saiu da festa com três estatuetas. Mas “Modern family” ganhou o prêmio mais importante da noite, o de melhor série cômica. No entanto, quem roubou todas as atenções da festa foi o filme de longa-metragem produzido pelo HBO “Temple Grandin”. O filme ganhou cinco Emmys: melhor filme para TV, melhor diretor (Mick Jackson), melhor atriz (Claire Danes), melhor atriz coadjuvante (Julia Ormond), melhor ator coadjuvante (David Strathairn) e mehor roteiro. Estrelado por Claire Danes, o filme narra a trajetória de Temple Grandin, engenheira, escritora e cientista em comportamento animal, que escreveu os livros “Uma menina estranha” e ‘Na língua dos bichos” _ disponíveis no Brasil _ e inventou a máquina do abraço, engenhoca que a aliviava da ansiedade que lhe provocava sua condição autista. A vida de Temple, hoje uma das maiores especlalistas em autismo no mundo, também é a fonte em que se baseou José Sanchis Sinisterra para escrever a peça “A máquina de abraçar”, montada no Rio no ano passado. Nela, Mariana Lima interpretava personagem inspirado em Temple Grandin.
Revista Época
Temple nasceu autista, coisa que na época ninguém conhecia muito bem. Seu jeito peculiar de pensar e seu comportamento antissocial e agressivo eram mal vistos por professores e colegas de escola na infância. Frequentemente brigava com outras crianças. Ela tinha dificuldade de aprender certas coisas, porque as coisas para ela seguiam uma lógica particular. A única coisa que podia deixar Temple mais calma era um abraço forte, mas ela não conseguia dizer isso nem a sua mãe.
A necessidade inexpressa de ser abraçada deu a ela uma ideia fixa: ela tinha de construir a máquina do abraço. Dona de uma habilidade espetacular de visualizar formas que nunca tinha visto (Temple diz sempre que o autista pensa em imagens), ainda adolescente ela começou a projetar em sua mente um equipamento que fosse capaz de apertá-la até o alívio de suas tensões. E não sossegaria até pôr sua ideia em prática. “As fixações podem ser canalizadas para fins construtivos. Remover a fixação pode ser uma imprudência”, diz Temple em sua autobiografia Uma menina Estranha (Cia. das Letras, 1999).
Sem conhecimento técnico prévio, Temple desconfiou que o brete, um aparelho usado no manejo de gado, pudesse ser adaptado para ela. O brete era um aparelho rústico que, apertado ao corpo do animal, mantinha-o calmo antes do abate. Temple sabia que era disso que precisava. Então resolveu testar. Entrou no aparelho como se fosse um boi, puxou suas cordas e sentiu um alívio que desejara por anos. A partir daí, com o apoio de um professor no colégio rural em que estudava, Temple dedicou-se ao estudo do bem-estar animal, e também ao seu próprio. Anos mais tarde, após vários cursos superiores, tornou-se uma das maiores especialistas em abate humanitário, e também uma grande entenderora do autismo. “Paradoxalmente, era no matadouro que eu estava aprendendo a dar afeto”, escreveu Temple.
O filme conta toda essa história e ainda mostra como Temple via a realidade e as imagens em sua mente. A bela atriz Claire Danes ficou irreconhecível para encarnar Temple na telinha, mas, segundo a própria senhora Temple, que deu entrevistas direto do tapete vermelho no dia da premiação, ficou idêntica à original. Ainda não assisti, mas recomendo pela tremenda lição que Temple nos oferece sobre as riquezas que podem existir mesmo onde não estamos acostumados a enxergá-las.
Veja:
Eu ficou feliz, em ver que o mundo do autista pode trazer uma satisfação para outra pessoas, pois já sofri muito preconceito com meu filho, já estudou na AMA de Rondonia durante 1 ano, por motivo maior tive q/vir morar em Humaitá-am, tendo que tirar forças até que nem sabia q/tinha p/ser professora de em casa, eu tive muito susseso que até me surpreendi. achei o pouco que vi do filme muito emocinante, mas fui mas a fundo quando vi a entrevista no globo reporter ,fui procurar saber quem era Temple Grandin.
O livro de Temple é otimo para acessar a percepção e maneira de lidar com as coisas do mundo da perspectiva introspectiva da Mente autista – é tambem um exemplo de superação e possibilidades!
Excelente sugestão, Rene!
Gostaria de saber o que é o espírito para pessoas como temple ou mães e pais de autistas.
Maravilhoso o trabalho de Vera Garcia.
Muito obrigada.
Perla
Obrigada, Perla!