Deficiência Física

Trabalhador denuncia armação e perseguição de dirigentes de empresa após perder perna em acidente de trabalho

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operário Walber José Lopes

Absurdo e descaso! Empresa comunicou atráves do CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que trabalhador tinha perdido o dedo mindinho, e não a perna (Nota do blog).

A matéria abaixo, foi extraída do jornal eletrônico ORODONIENSE.

O operário Walber José Lopes, de 46 anos, se transformou nos últimos como um dos principais interlocutores das mazelas vividas pelos trabalhadores que atuam nas usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. Walber, mais conhecido pelos colegas de barragem como Maranhão usa seu drama pessoal como exemplo para simbolizar a forma como as várias empresas responsáveis na construção de Santo Antônio tratam os trabalhadores, que como ele, sofreu acidentes de trabalhos graves.

Maranhão teve a perna amputada em fevereiro do ano passado após se envolver em um acidente de trabalho com uma perfuratriz, máquina de 14,5 toneladas utiliza para perfuração de rochas. Se não bastasse o drama de ter que conviver a vida inteira com a falta de um membro inferior, Maranhão denuncia que também está encontrando dificuldades para ser reconhecido pela direção da usina Santo Antônio para obtenção de tratamento médico, aposentadoria e indenização pelo acidente sofrido.

De acordo com o operário, ele tem sido vítima principalmente de perseguição por parte dos altos diretores da usina Santo Antônio que obstaculizam sua busca por informações, documentação ou qualquer outro tipo de ajuda junto à empresa. “Os obstáculos são tantos que já estão virando armação”, lembra o operário ao lembrar dos episódios que se seguiram após a amputação de sua perna. A empresa chegou a comunicar no CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) que Válber perdeu o dedo mindinho, e não a perna.

A armação, segundo Maranhão, só foi descoberta pelos médicos do Prontocor – onde ele foi atendido. Depois dos levantamentos constatou-se que a CAT não foi elaborado pelo medico ortopedista do Prontocor, mas sim pelo médico chefe da medicina do trabalho da empresa em que Válber prestava serviço. As irregularidades foram tantas que a CAT só foi emitido 47h após o acidente e com o CID (Classificação Internacional de Doenças) bem diferente do que realmente ocorreu.

Na figura abaixo, a prova da fraude: a CAT com número do CID errado e corrigido pelos médicos do Prontocor após o atendimento.

“Meu CID saiu errado somente para beneficiar a empresa. A amputação direta por uma máquina no canteiro de obras elevaria o risco do empreendimento, situação que nunca é bom para empresa por causa da fiscalização. É comum se omitir o CID ou maquia-lo para que a empresa responsável transpareça que tem o controle da situação”, denunciou. Segundo Maranhão, a maquiagem do CID pela direção da Santo Antônio, foi apenas o começo da situação de perseguição e humilhação pelas quais tem passado.

Maranhão diz que procurou a empresa para reaver seus direitos, mas só encontrou má-vontade e irregularidades. Na Assistência Social o operário da assistente que minha situação ´era assim mesmo´, como se o operário tivesse que acostumar com a realidade sem ter que reclamar. No setor de segurança do trabalho mais um duro golpe: O CAT não poderia ser mudado, pois já fora registrado no INSS. Vendo-se sozinho, Maranhão procurou o Ministério Público do Trabalho para denunciar os desmandos e irregularidades.

Após a denúncia, Maranhão foi procurado por uma assistente social da Santo Antônio que lhe avisou de sua desautorização para viagem a tratamento para Sorocaba pelo fato de ter denunciado as irregularidades ao MPT. “Ela chegou ao ponto de me dizer que, dentre 11 mil funcionários eu seria apenas mais um, não se importando com a situação em que eu estava. Só consegui viajar por influência do Ministério Público do Trabalho que procurou saber da empresa o porquê da retaliação”, denunciou.

As perseguições continuaram. No mesmo dia em que conseguiu autorização para viajar foi avisado de que o táxi que fazia seu transporte ao hospital para tratamento teve seu contrato suspenso pela mesma assistente social que o havia ameaçado por causa da denúncia feita ao MPT. Dias depois, Maranhão foi barrado na portaria da usina de Santo Antônio quando ia levar um ofício do setor de reabilitação do INSS. “Eu era visto e tratado como uma ameaça e não como um ser humano que estava passando por situação difícil”, lembra Válber.

A situação vivenciada por Wálber o credenciou a representante dos trabalhadores e barrageiros das usinas do Madeira participar da reunião com a Comissão de Senadores, a Justiça do Trabalho, MTE, MPT, a convite do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia (Sticcero). Válber foi um testemunho vivo da situação em que vive centenas de trabalhadores das usinas e de prováveis outros que encontram em situação parecida por causa da política desumana da qual se utiliza a direção da usina.

Na reunião, Válber contou outras situações humilhantes por qual passou e tem passado nas obras de Santo Antônio. Uma delas ocorreu quando escorregou por duas vezes na balsa que faz o cruzamento entre uma margem e outra dos trabalhadores. Wálber foi vítima de chacota dos próprios companheiros que sorriram com as quedas. Wálber também passou sufoco no dia em que houve a revolta de barrageiros na usina, quando precisou ser carregado por colegas para descer a rampa da balsa.

Atualmente, Walber está recebendo benefício social do INSS, desde o 1º de abril. Na ação que ele protocolou na Justiça do Trabalho, Walber entrou com um pedido de indenização por danos morais, materiais, estéticos e trabalhistas contra o Consórcio Santo Antônio.

Laudo médico

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

Um comentário sobre “Trabalhador denuncia armação e perseguição de dirigentes de empresa após perder perna em acidente de trabalho

  • Ontem dia 19 de janeiro de 2012 na rua Julio de castilho em porto velho encontrei mais um trabalhador, que a empresa chama de colaborador que sofreu acidente na usina santo Antonio no rio madeira e está jogado na rua o csac não cumprem os acordos que eles firmam com os trabalhadores quanto mais querem respeita os trabalhadores.

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