Tratamento com células-tronco traz avanços na recuperação de paciente com ELA
A sugestão de matéria abaixo, foi enviada por Antonio Jorge de Melo, do Blog Falando sobre E.L.A. A tradução do texto é livre realizada pelo blog Deficiente Ciente.
Em maio do ano passado, Ted Harada, 39 anos, foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig.
Harada e seus médicos esperavam que sua saúde agravasse, no entanto, graças a um tratamento experimental com células-tronco, ele não usa mais sua bengala e pode brincar na piscina com seus três filhos.
“Todo dia é um dia bom para mim agora”, disse Harada. “Fiz alguns saltos quânticos após a cirurgia e estou notando os progressos incríveis que estou fazendo.”
O prognóstico para a ELA é a morte provavelmente em menos de três anos após perder gradualmente a sua capacidade de se mover, falar e respirar. Harada recebeu exatamente a péssima notícia depois de perder a força na perna esquerda e quando sentiu falta de ar depois de subir alguns degraus da escada ou caminhar para a caixa de correio. Suas mãos tornaram-se demasiadamente fracas para abrir um saco plástico.
Então, seu neurologista disse-lhe sobre um experimento na Universidade de Emory, que estava recrutando pacientes com ELA para testar um tratamento com células-tronco.
Os cirurgiões disseram a Harada que a injeção de células-tronco em sua coluna provavelmente não iria ajudá-lo, e poderia até causar danos. Mas o estudo poderia vir a ajudar os cientistas a encontrar um tratamento eficaz no futuro. Harada não tinha nada a perder e não esperava mais nada. Ele foi o 11º paciente submetido à cirurgia no dia 9 de março.
É incrivelmente comovente ouvir Harada falar sobre sua recuperação, que ele sabe que pode ser temporária.
“Eu sempre fui o tipo de pai que brincava muito com meus filhos, gostava de agradá-los, fazê-los rir, e que estava indo embora”. “Agora, quando chegamos à piscina e eles querem jogar Marco Polo, eu posso fazer isso”, disse Harada.
Os cirurgiões da Universidade de Emory injetaram um milhão de células-tronco neurais em 10 locais na coluna de Harada (pacientes anteriores receberam menos células, a dose foi aumentada gradualmente conforme o procedimento avançava). Todas as células vieram de um feto de dois meses que foi abortado e doado. Utilizando tecnologia desenvolvida pela Neuralstem, os cientistas multiplicaram as células e criaram um número suficiente delas para tratar todos os pacientes neste estudo e outros mais.
“Esperamos com isso, tratar milhões de pessoas em todo o mundo”, afirma Dr. Karl Johe, diretor científico do Neuralstem.
Em relação ao estudo, as expectativas eram baixas. Como medida de segurança, o FDA obrigou os pesquisadores a injetar apenas um quarto do número de células-tronco que inicialmente planejava usar. Os investigadores queriam mostrar que as células eram seguras para uso.
Dois dos 12 pacientes morreram durante o procedimento, um após um ataque cardíaco e outro por causa do progresso da doença. As condições dos demais pacientes permanecem inalteradas.
Os pesquisadores esperam que a Food and Drug Administration (FDA) permita que mais seis pacientes sejam submetidos ao procedimento, para que possam recolher mais dados sobre segurança do tratamento. Neuralstem também está aguardando a aprovação para iniciar a primeira fase de um estudo com células-tronco fetais em pacientes da região cervical da medula espinhal.
“Nós caminhamos através do processo de FDA, que é dolorosamente lento, mas fazemos isso porque é o que a lei diz que temos que fazer”, disse Johe.
Fonte: http://gizmodo.com/