Turistas com deficiência ou mobilidade reduzida são 5% dos recebidos em Socorro
Desde a década de 90, Brotas e Socorro passaram a atrair cada vez mais turistas em busca de esportes de aventura.
Em jantar na noite de hoje (11/09) na Abeta Summit 2009, o Governo de São Paulo apresentou as duas cidades referências em turismo de aventura no Estado. Brotas e Socorro, desde a década de 90, passaram a atrair cada vez mais turistas em busca de esportes do tipo. Sérgio Franco, organizador da Adventure Sports Fair e Jean-Claude Razel apresentaram as atrações locais ao público.
Socorro recebe desde 2005 investimentos do Ministério do Turismo para tornar os esportes que oferece possíveis de serem feitos por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A cidade paulista se tornou referência no Brasil e, baseado em sua experiência, o Mtur lançará até o fim do ano cartilhas para que outras localidades criem o mesmo tipo de programa de acessibilidade. “Podemos dizer que 5% de todos os visitantes são deficientes ou pessoas com mobilidade reduzida. E a família dessas pessoas as acompanham, ou seja, ganhamos ainda mais turistas”, afirma José Fernandes Franco, diretor do Parque dos Sonhos e representante da cidade no evento.
Segundo ele, a cidade foi escolhida pelo Mtur porque já oferecia cerca de 20 modalidades diferentes de esportes de aventura, como tirolesa, rafting, canoagem, cavalgadas, dentre outros. Após pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a localidade ficou caracterizada como destino indutor brasileiro, já que está nos Circuitos das Águas, no das Serras Verdes e das Malhas.
Sérgio Franco, diretor da feira que introduziu as apresentações sobre Brotas e Socorro no evento, ressaltou a importância das duas cidades estarem perto da capital paulista e de oferecerem, além dos esportes e belezas naturais, culinária local rica e atrações noturnas com festas típicas do interior de São Paulo.
Para José Fernandes Franco, a implantação dos recursos de acessibilidade em Socorro, trouxe muito mais que o esperado. “O número de hotéis e de leitos foi multiplicado dentro de poucos anos, a economia local, que vendia para atacado, cresceu e passou a comercializar muito também no varejo. O ano todo estamos com a hospedagem ocupada, inclusive durante a semana. Recebemos cerca de 100 mil turistas por mês. O mês de julho é o mais importante para nós porque não há procura pelo litoral do Estado”, conta ele.
José conta que o processo entra em uma segunda fase. Agora, que os deficientes físicos e as pessoas com mobilidade reduzida (como gestantes, obesos, idosos) podem fazer todo o tipo de esporte que a cidade oferece, é preciso saber todas as questões medicinais que envolvem as atividade. “Por exemplo, nós temos a cadeira para fazer tirolesa diferente para estas pessoas, é mais confortável. Mas precisamos estudar se uma grávida de tantos meses deve ou não fazê-lo, se há alguma contra-indicação, o mesmo para os idosos, é preciso estudo sobre as condições de saúde de um público específico dentro do qual já trabalhamos”, explica.
Os hotéis e o comércio têm se especializado no atendimento dos grupos com o tempo. Porque, segundo José, a cidade toda precisa estar adaptada para os deficientes e pessoas com mobilidade reduzida. Para agilizar o processo, Socorro até criou uma lei de incentivo. O local que ainda não está adaptado é visitado, fiscalizado e recebe um aviso e orientação, pode ser multado caso não cumpra as regras de reforma nos prazos determinados.
José, que dirige dois hotéis com total acessibilidade, comenta que os hóspedes que recebe preferem ficar em quartos acessíveis, mesmo sem terem nenhum tipo de deficiência. “São quartos maiores, mais cômodos e equipados com barras em toda sua extensão. Muitos deles adaptados para que o cachorros fiquem junto com o dono, já que é uma necessidade de quem usa cão-guia. Mas qualquer turista pode usufruir do benefício e trazer o animal”, diz.
Fonte: Rede Saci (15/09/09)
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