Educação Inclusiva

Universidades de São Paulo apresentam curso inédito sobre inclusão e acessibilidade

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Em uma iniciativa inédita no Brasil, o Governo de São Paulo, em parceria com as quatro universidades estaduais paulistas – USP, Unicamp, Unesp e Univesp – lançou a “Disciplina Paulista de Acessibilidade e Inclusão”. A novidade, promovida pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) em conjunto com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI), oferece 16 mil vagas anuais e já está disponível como disciplina optativa a partir do primeiro semestre de 2025.

A nova disciplina tem como objetivo principal sensibilizar e capacitar estudantes universitários de todos os cursos sobre os direitos das pessoas com deficiência, a eliminação de barreiras – sejam físicas, tecnológicas ou atitudinais – e a valorização da diversidade. Os conteúdos incluem temas como tecnologia assistiva, desenho universal, práticas pedagógicas inclusivas e discussões filosóficas e éticas sobre inclusão.

Por que a disciplina deveria ser obrigatória? – A seguir opinião do Blog Deficiente Ciente

Embora a criação da Disciplina Paulista de Acessibilidade e Inclusão seja um avanço importante, nós, do Blog Deficiente Ciente, questionamos: por que torná-la apenas optativa? Inclusão e acessibilidade não são temas que dizem respeito apenas a certas profissões ou áreas de interesse; esses assuntos são essenciais para toda a sociedade. Tornar a disciplina obrigatória seria uma forma de alcançar todos os alunos, independentemente de seus cursos, ajudando a formar profissionais mais conscientes, empáticos e preparados para lidar com a diversidade humana.

A inclusão ainda enfrenta grandes desafios em muitos espaços. Segundo o Observatório dos Direitos da Pessoa com Deficiência, mais de 3,3 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência apenas no estado de São Paulo. Esse dado reflete a necessidade urgente de preparar profissionais que contribuam para uma sociedade mais justa e acessível.

Um impacto transformador

O secretário Marcos da Costa enfatiza que “acessibilidade e inclusão não são privilégios, são direitos”. Ao integrar esses temas à formação acadêmica, a disciplina dá um passo importante na construção de uma sociedade que respeite esses direitos. Entretanto, para que o impacto seja realmente transformador, é necessário garantir que esses conhecimentos cheguem a todos os estudantes – e torná-los obrigatórios é o caminho mais eficiente.

Ao propor práticas inclusivas e trabalhar a empatia, essa disciplina pode ajudar a combater preconceitos e formar cidadãos mais conscientes. Afinal, não basta apenas oferecer vagas de forma optativa; é preciso assegurar que todos os alunos tenham contato com conceitos como tecnologia assistiva, desenho universal e cultura inclusiva, elementos essenciais para qualquer área de atuação.

Como funciona a disciplina

A disciplina será oferecida por meio da plataforma digital da Univesp, garantindo flexibilidade e acessibilidade aos alunos. A carga horária inclui desde discussões práticas até reflexões sobre a importância da inclusão. É uma oportunidade única para aprender de maneira abrangente sobre um tema que impacta diretamente milhões de pessoas.

Um chamado para a transformação

Iniciativas como essa mostram que o Brasil está avançando em políticas de inclusão. No entanto, a transformação completa depende de passos mais ousados, como tornar a disciplina obrigatória. Ao fazer isso, as universidades paulistas poderiam se tornar pioneiras em algo ainda mais significativo: formar profissionais que não apenas compreendam, mas que realmente defendam a inclusão como um valor inegociável.

A proposta da “Disciplina Paulista de Acessibilidade e Inclusão” é um marco, mas também um lembrete de que ainda há um longo caminho a percorrer. Transformar a acessibilidade em um tema central para todos os futuros profissionais pode ser o ponto de partida para uma sociedade mais empática e justa. Afinal, aprender sobre inclusão não é apenas uma questão acadêmica; é um compromisso social.

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

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