Vagas preferenciais desrespeitadas em Vitória da Conquista, Bahia
Caro leitor, recebi o email abaixo, de Ricardo Evandro Ribeiro, estudante do curso de Cinema e pessoa com paralisia cerebral. Ricardo foi desrespeitado e quase agredido por advertir um motoqueiro que estacionou sua moto numa vaga destinada à pessoas com deficiência. Acompanhe o texto.
A lei que regula os estacionamentos para pessoas com deficiência e idosos está em vigor há muito tempo, mas quando vamos a um supermercado ou ao shopping em Vitória da Conquista, Bahia, presenciamos que o desrespeito das pessoas ditas normais com estas vagas é enorme. Daí eu fico me perguntando para que serve a legislação? Não importa se é dia ou noite, motoristas ignoram a lei e estacionam em vagas exclusivas sem medo de serem multados. Quando questionados são agressivos!
Neste final de semana, precisamente no sábado, estava eu, minha esposa e minha filha no GBarbosa e um motoqueiro parou na vaga preferencial, cheguei até ele e perguntei educadamente se não tinha visto que a vaga era preferencial e nós vimos que tinham vagas desocupadas para motocicletas do outro lado. Qual foi o resultado disso? Quase fui agredido fisicamente, me xingou de maluco, doido e de outras palavras que eu não consegui entender. Perguntou-me o que é que eu tinha haver com isso? Acho que ele não era cego e viu a minha condição de pessoa com deficiência.
Vera, será que estamos ficando loucos mesmo por brigar pelos nossos direitos e pelo direito do próximo? Fiscalização e punição em relação ao uso indevido dessas vagas efetivamente não acontecem. Será que não percebem que algo urgentemente precisa ser feito? Ou vão esperar que pessoas morram para que o poder público possa agir? Pessoal, isso tá errado! Não posso ficar calado! Não consigo.
Gostaria de finalizar esse texto com a frase que está no Blog Deficiente ciente da pesquisadora Sandra Regina Schewinsky: “A barbárie não está só naquele que puxa o gatilho, ou assina as leis, ou vende as drogas. Ela está na frieza das ações e não ações, no julgamento do outro, na falta de afeto e de solidariedade!”.
Ricardo Evandro S. Ribeiro
Veja:
Infelizmente, isso não acontece só na Bahia, mas em todo território nacional. Já por várias vezes aconteceu comigo. Já fui ofendido, já discuti várias vezes, mas ninguém toma nenhuma providência. Agora, se eu estacionar em lugar sem ser especial, mesmo com o selo e o cartão emitido pelos órgãos competentes, de deficiente físico, sou multado. Embora desgastante, não podemos esmorecer, e sim conituarmos lutando por nossos direitos.